Em um passado não tão distante, ver mulheres nas faculdades de engenharia civil era coisa rara, tanto quanto encontrá-las à frente de grandes intervenções urbanas. Isso está mudando. Já há construtoras - como a TGD, em Porto Alegre - onde elas trabalham em pé de igualdade com os colegas, inclusive comandando canteiros de obras.
No caso da incorporadora fundada em 1981 na Capital - e liderada por uma mulher, algo ainda incomum no setor -, 80% da equipe de engenheiros e técnicos de segurança é feminina (veja a foto). Considerando todos os colaboradores do quadro fixo da empresa, a divisão é paritária: 50% de homens e 50% de mulheres.
Esse cenário, segundo a direção da companhia, não resulta de uma estratégia pensada, mas de uma “consequência natural do mercado”, que está em franca evolução - o que se busca, hoje, são profissionais de excelência, independentemente do gênero.
Entre as engenheiras da TGD, está Bruna Peres, que começou como estagiária e hoje gerencia a edificação de um prédio de 10 pavimentos no bairro Rio Branco, e Camilla Hackbart, no comando de outra obra de grande porte no bairro Floresta. As duas lideram uma centena de trabalhadores e conquistaram respeito pela seriedade do trabalho.
— Não precisamos provar que somos melhores. Temos apenas de executar o serviço como deve ser — resume Bruna.