Tenho ouvido relatos de pais e mães preocupados com o que vem ocorrendo nas escolas - e com razão. Desde a votação do último domingo, o embate eleitoral que divide o Brasil parece ter se intensificado - também - nas salas de aula. Estou falando de crianças de 12, 13, 14 anos.
É claro que isso não é de hoje. A gurizada reproduz o que ouve nas conversas entre os adultos e o que vê nas redes sociais e na mídia. É algo que vem se difundindo há algum tempo, mas que, no famoso “day after”, o dia seguinte ao primeiro turno, veio com tudo outra vez - e a tendência, infelizmente, é de que o problema se agrave, já que ainda temos mais 25 dias até o segundo turno e, honestamente, não creio que haverá paz após a decisão final, seja qual for o resultado.
Em um colégio da Capital, alunos do sexto ano do Ensino Fundamental foram encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional na segunda-feira por causa de uma briga de fundo ideológico. Esse é apenas um exemplo de muitos.
O bullying ganhou contornos políticos e está deixando professores e diretores de cabelo em pé. Como reverter isso? Não sei se alguém tem a resposta para uma pergunta como essa. Talvez seja hora de parar, olhar para dentro e conversar em casa. Essa guerra não faz bem para ninguém, muito menos para as crianças.