O Brasil decidiu, neste domingo (2), levar a eleição presidencial mais polarizada dos últimos anos para o segundo turno. Ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ficado à frente do atual presidente, Jair Bolsonaro, nada está definido. Começa, agora, uma nova campanha. Zero a zero. Bola ao centro.
É hora de respirar fundo, acalmar ânimos e torcer para que, nas próximas quatro semanas, por algum “milagre”, o nível do debate melhore. Não é no grito que se vence - ou pelo menos não deveria ser assim.
Dos candidatos e de seus seguidores, espera-se que deem uma chance ao diálogo e à civilidade. Basta de bate-boca. Que bom seria poder aprofundar propostas, esclarecer dúvidas e discutir o futuro do país de verdade, sem “lacração”. Uma trégua cairia bem.
Estou fazendo papel de Poliana, eu sei. Tudo aponta para o contrário: mais exaltação, mais brigas, mais baixaria, mais mentiras. É como se aquele último (e horrendo) debate da TV Globo, na semana passada, seguisse rodando em eterno “looping”. É uma pena. No fundo, todos nós perdemos.
A guerra fratricida em curso não é boa para o país e ofusca o mais importante, que são os planos de governo - aliás, você por acaso sabe o que cada um dos concorrentes propõe para áreas como saúde e educação?
O Brasil ainda tem um caminhão de problemas por resolver, e o excesso de certezas (que faz com que cada lado se considere moralmente superior ao outro) faz mal à sociedade.
É hora de focar nas propostas e de deixar claro que não haverá “cheque em branco”. É hora, também, de baixar o tom, porque, afinal, um dos lados sairá vencedor no dia 30. O pior que pode acontecer ao país é seguir no caminho da instabilidade, do ódio e da intolerância. Precisamos de paz. Precisamos recomeçar.