Um mistério envolvendo uma das obras mais impactantes da artista gaúcha Maria Lídia Magliani (1946-2012) está mobilizando o mundo das artes. Desde que a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, inaugurou uma exposição sobre a vasta produção da pintora, os curadores Denise Mattar e Gustavo Possamai tentam localizar o quadro, intitulado Brinquedo de armar, de 1979.
A tela tríptica (dividida em três partes) é grande a ponto de cobrir uma parede inteira e retrata um corpo feminino. Foi apresentada pela primeira vez no Panorama da Arte Atual Brasileira, em 1979, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo - onde a artista chegou a expor outras vezes, mais tarde, nos anos de 1980 e 90.
Também foi exibida no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em 1987, quando a fotógrafa Lisette Guerra captou a imagem acima, em preto e branco - hoje uma raridade. A pintura não é vista há anos.
— Não sabemos quando deixou de estar com a artista. Pode ter sido vendida ou presenteada a alguém. Tentamos rastrear de todas as formas, mas não conseguimos descobrir o paradeiro — relata Possamai.
A obra em tons terrosos foi o "abre-alas" da artista em São Paulo e tem grande importância na história de Magliani. Para conhecer o trabalho da artista, vale visitar a exposição em homenagem a ela, na Fundação Iberê. A mostra segue em cartaz até 31 de julho.