Morreu na noite desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, a artista plástica Maria Lídia dos Santos Magliani.
Natural de Pelotas, Magliani, como era conhecida, tinha 66 anos e estava radicada no Rio de Janeiro desde o final da década de 1990.
O velório será realizado a partir das 10h deste sábado, na capela oito do Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O enterro está previsto para as 14h.
Segundo o amigo e também artista Julio Castro, Magliani, que era cardiopata, foi internada na tarde de sexta com uma infecção na vesícula. Por volta das 20h30min, sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
Pintora e desenhista, Magliani formou-se em Artes Plásticas em 1966 pela Escola de Artes da UFRGS, onde estudou com Ado Malagoli. No mesmo ano, fez sua primeira exposição, de grande impacto no meio das artes visuais. Ao longo dos anos, firmou-se como uma das artistas gaúchas de maior alcance, por meio de um trabalho com forte engajamento feminista.
- Ela tem um fato que acho interessante ressaltar nessa hora: foi a primeira mulher negra a formar-se na antiga escola de artes da UFRGS - lembra o marchand Renato Rosa. - Sempre digo que Caio Fernando Abreu e a Maria Lídia Magliani são as estrelas de uma geração. Por um acaso da vida, ela foi uma das musas inspiradoras do Caio - lembra Rosa, sobre a amiga a quem o escritor gaúcho dedicou grande parte de sua obra.
Como ilustradora, Magliani fez trabalhos para veículos como Zero Hora, Folha da Manhã e O Estado de S. Paulo, além de ter criado capas de livro e cartazes. Em 1980, mudou-se para São Paulo, e anos mais tarde, para Minas Gerais, mas nunca deixou de retornar ao Rio Grande do Sul.
Em novembro, Magliani e Julio Castro expuseram trabalhos na Casa da Gravura, em Porto Alegre. Nos últimos anos, a artista trabalhou com Castro e outros artistas no bairro carioca de Santa Teresa.