Há um tema sobre o qual precisamos falar mais: educação midiática. Ao contrário do que alguns pensam, esse assunto não se restringe às escolas e, muito menos, ao famoso “tiozão do whats”, aquele que compartilha qualquer coisa nas redes, sem filtros.
Às vésperas das eleições (e de mais uma “guerrilha virtual”, com mentiras brotando de todos os lados), essa é a pauta da vez. Mas o que significa?
Na definição do projeto Educamídia, do Instituto Palavra Aberta, é o “conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional”. Ou seja, é saber filtrar e dar sentido ao enorme fluxo de informações que recebemos todos os dias, para escapar das armadilhas das fake news (veja algumas dicas abaixo).
Um curso em andamento na Unisinos, chamado “Desafio Nuvem de Educação Midiática”, vem debatendo essas questões com professores da rede básica.
Gratuita e online, a ação recebeu 700 inscrições. Os educadores, agora, preparam planos de ensino para abordar a temática em suas comunidades escolares. Os 10 melhores serão divulgados. A ideia é fazer o conhecimento chegar mais longe.
— Essa é uma discussão sem limite de idade. Falamos muito em inclusão digital, mas ter acesso à internet não basta. O grande desafio é saber interpretar as mensagens — resume Taís Seibt, professora da Unisinos e coordenadora do curso.
Como?
Antes de repassar adiante qualquer mensagem, pare para pensar. Dois minutos. Esse é o ponto de partida para uma análise crítica. Depois, verifique se a fonte da informação é confiável e observe a data da notícia. Lembre-se: o amigo querido que enviou o link - por mais confiável que seja - não é a fonte da notícia. Ele também pode ter caído na armadilha.
Para saber mais
O projeto Comprova lançou um minicurso gratuito de educação midiática no Whatsapp, para pessoas com 50 anos ou mais, embora qualquer um possa fazer (eu tenho 43 e fiz). O objetivo é ajudar a identificar fake news.
Para se inscrever, basta ter conta no Whats e acessar o site projetocomprova.com.br/minicurso. A última celebridade a aderir à ação do Comprova foi a apresentadora Ana Maria Braga, que inclusive gravou um vídeo sobre o tema.
Lições diárias
O slogan do minicurso é “Não passe vergonha nos grupos”. Quando a pessoa se inscreve, nos 10 dias seguintes ela recebe vídeos e mensagens de texto com instruções e técnicas simples, mas eficazes para detectar conteúdos suspeitos. As lições diárias duram de cinco a sete minutos. Vale a pena!