Uma pesquisa desenvolvida na UFRGS, com a coordenação do Instituto de Informática, pode, em um futuro próximo, ajudar a conter o avanço da dengue no Rio Grande do Sul. Com alunos e professores de diferentes áreas, o projeto aposta em um sistema capaz de detectar mosquitos da espécie Aedes aegypti (causadores da doença) por meio de áudio.
Isso é possível graças a um sistema de Inteligência Artificial (IA) treinado para identificar o ruído característico dos insetos. A intenção do grupo - que inclui ainda integrantes do Departamento de Ecologia da UFRGS e do laboratório de IA da Unipampa - é conectar esse sistema (em fase de testes) a um aplicativo de celular. O app enviará notificações aos usuários sempre que reconhecer focos de Aedes nas proximidades, o que permitirá ações de prevenção e conscientização.
Batizado com o sugestivo nome de Mosquitoramento, o projeto foi premiado no South Summit, na semana passada, pela Unicred Porto Alegre Health Alliance.
Além disso, no início do mês, foi um dos selecionados no Programa Centelha - que, no Rio Grande do Sul, é executado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs).
— Tudo começou em 2018, com o trabalho de estudantes e voluntários. Agora, esse aporte de recursos assegurado pelas premiações com certeza vai acelerar o amadurecimento da pesquisa — diz Weverton Cordeiro, um dos coordenadores da iniciativa, junto dos professores José Rodrigo Azambuja e Mariana Mendoza, da UFRGS.
Cooperação
Graças aos contatos feitos no South Summit, os pesquisadores responsáveis já se reuniram, nesta semana, com integrantes da Secretaria da Saúde de Porto Alegre. O objetivo é assinar um termo de cooperação, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Viva a ciência
O RS contabiliza, em 2022, o triplo de casos de dengue confirmados no mesmo período de 2021. Ainda que o projeto da UFRGS - da rede de inteligência artificial aplicada à saúde (Rede CIARS) - leve algum tempo para chegar ao mercado, a aposta na ciência vem em boa hora.