A prefeitura Igrejinha, na Região Metropolitana, conseguiu um feito em 2022: não só zerou o déficit de atendimento no ensino infantil - um desafio para a maioria dos municípios brasileiros -, como agora tem vagas sobrando.
Vale lembrar que a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é garantir, até 2024, matrículas em creches para pelo menos 50% das crianças de zero a três anos. O PNE também estabeleceu como objetivo a oferta universal de vagas na pré-escola, ou seja, 100% de atendimento, até 2016 - mas em muitos locais no Brasil isso ainda está longe da realidade (clique aqui para saber como está o RS no cumprimento das metas).
A conquista de Igrejinha não chegou de um dia para o outro. Segundo a secretária municipal de Educação, Cristiane Veridiana Martin, o desafio foi vencido aos poucos, com planejamento, decisões duras e investimentos.
Em 2013, a lista de espera do município tinha 470 crianças, número que vem caindo ano a ano, chegando a 20 em 2021 e à marca histórica para a cidade em 2022.
— É um trabalho de longo prazo, que ultrapassou diferentes gestões, todas do mesmo partido, e incluiu ações de continuidade. Não foi simples. Tivemos de fazer escolhas, mas, hoje, temos 185 vagas abertas, com possibilidade de encaminhamento imediato — conta Cristiane.
As ações envolveram a construção de duas novas escolas e a ampliação de outras três, mas também uma decisão difícil, que inicialmente não agradou a comunidade. Até 2017, o município oferecia turno integral (de 12 horas) para todos os pequenos que conseguiam vagas. O problema é que muitas famílias ficavam na fila, sem perspectivas, o que levou a mudanças.
— Tomamos a decisão de manter as creches no modelo integral e de adotar o turno parcial nas pré-escolas. No começo, foi complicado, porque isso exigiu compreensão e adaptação das pessoas, mas, ao final, conseguimos atender a todos. Agora, o nosso desafio é ampliar o turno integral — diz a secretária.