No final do mês, a destruição do Esqueletão irá completar dois meses parada. A demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, localizado no Centro Histórico, foi embargada em fevereiro, após técnicos da Superintendência do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul identificaram condições inseguras para os trabalhadores.
A prefeitura e a empresa FBI, responsável pela demolição, buscam retirar o embargo da destruição. Nesta semana, a parte de trás do prédio começou a receber uma nova tela de proteção, indispensável para trabalhos em altura.
Quando a montagem for concluída, a prefeitura irá solicitar uma nova vistoria da superintendência. Se houver a liberação, a destruição do prédio poderá ter prosseguimento.
A ideia inicial da prefeitura era ver o prédio abaixo até maio. Porém, o prazo precisará ser ajustado por causa do embargo. Se a destruição for retomada no próximo mês, é possível que a desmontagem do prédio seja finalizada no começo do segundo semestre.
A demolição do Esqueletão começará pela parte de trás do imóvel. Enquanto a primeira parte da desconstrução não ocorrer, todo o prédio ficará inacessível do 5º ao 19º andares.
Enquanto a primeira parte da desconstrução não ocorrer, todo o prédio ficará inacessível do 5º ao 19º andares. A última etapa prevista é a implosão dos dez primeiros andares da parte do meio do imóvel.
Problemas apontados
Segundo a fiscalização, buracos abertos nas lajes apresentam risco de queda. As escadas que ligam os andares estão sem guarda corpo. A falta de elevador faz com que os trabalhadores precisem subir constantemente 18 andares.
O vão do poço do elevador foi fechado de forma improvisada. Eles precisam ter guarda corpo.
Cabos de aço receberam nós improvisados, segundo a vistoria. Fitas zebradas foram usada para proteger parte aberta do prédio. Além disso, a tela na parte externa do prédio foi mal instalada. Ela foi amarrada em vergalhões no terraço, com grandes chances de rompimento.
Até a implosão está ameaçada de ocorrer. De acordo com a fiscalização, a FBI precisará apresentar um estudo detalhado e não somente as seis páginas formuladas, que preveem a detonação.
Depois da demolição
Ainda não se sabe o que será feito com o terreno após a demolição do Esqueletão. O prédio tem cerca de 50 proprietários e há dívidas em IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel em cerca R$ 3,4 milhões.
Já o custo da demolição será de R$ 3,79 milhões, que está sendo arcado pela prefeitura de Porto Alegre. Quem irá dizer como a administração municipal será ressarcida e qual será o futuro do terreno será o Judiciário.
Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão já foi interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. Também já houve interdição judicial em 2019.