Se depender da superintendência do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, a demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, localizado no Centro Histórico, seguirá parada. O pedido feito pela prefeitura para liberação da derrubada do Esqueletão - como o prédio é conhecido - foi novamente negado.
De acordo com a avaliação dos técnicos do ministério, as correções que foram sugeridas pela demolidora FBI ainda são insuficientes. Como pretende mudar a forma de demolição, a prefeitura deverá fazer um pedido de suspensão parcial do embargo.
A proteção que impedirá que caliças da demolição atinjam pessoas precisará ser rígida, como uma grade metálica. Somente após a adoção de medidas como essas, o embargo será retirado, permitindo que a demolição do Esqueletão possa começar pela parte de trás do imóvel.
Enquanto a primeira parte da desconstrução não ocorrer, todo o prédio ficará inacessível do 5º ao 19º andares. A última etapa prevista é a implosão dos dez primeiros andares da parte do meio do imóvel.
Procurada, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) preferiu não se manifestar sobre o caso. Também informa que as questões técnicas estão sendo resolvidas.
Problemas apontados
Segundo a fiscalização, buracos abertos nas lajes apresentam risco de queda. As escadas que ligam os andares estão sem guarda corpo. A falta de elevador faz com que os trabalhadores precisem subir constantemente 18 andares.
O vão do poço do elevador foi fechado de forma improvisada. Eles precisam ter guarda corpo.
Cabos de aço receberam nós improvisados, segundo a vistoria. Fitas zebradas foram usada para proteger parte aberta do prédio. Além disso, a tela na parte externa do prédio foi mal instalada. Ela foi amarrada em vergalhões no terraço, com grandes chances de rompimento.
Até a implosão está ameaçada de ocorrer. De acordo com a fiscalização, a FBI precisará apresentar um estudo detalhado e não somente as seis páginas formuladas, que preveem a detonação.
Depois da demolição
Ainda não se sabe o que será feito com o terreno após a demolição do Esqueletão. O prédio tem cerca de 50 proprietários e há dívidas em IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel em cerca R$ 3,4 milhões.
Já o custo da demolição será de R$ 3,79 milhões, que está sendo arcado pela prefeitura de Porto Alegre. Quem irá dizer como a administração municipal será ressarcida e qual será o futuro do terreno será o Judiciário.
Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão já foi interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. Também já houve interdição judicial em 2019.