Depois de quase duas semanas, a prefeitura encaminhou, nesta terça-feira (12), o pedido para retirada do embargo que suspendeu o processo de demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre.
A solicitação foi entregue na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego. No pedido, a prefeitura informa que irá acatar todas as correções apontadas.
Depois que o projeto atualizado passar por análise dos técnicos federais, a demolidora FBI - responsável pela desconstrução - precisará executar todas as melhorias sugeridas. Somente após uma nova vistoria é que o embargo poderá ser retirado.
Problemas apontados
Segundo a fiscalização, buracos abertos nas lajes apresentam risco de queda. As escadas que ligam os andares estão sem guarda corpo. A falta de elevador faz com que os trabalhadores precisem subir constantemente 18 andares.
O vão do poço do elevador foi fechado de forma improvisada. Eles precisam ter guarda corpo.
Cabos de aço receberam nós improvisados, segundo a vistoria. Fitas zebradas foram usada para proteger parte aberta do prédio. Além disso, a tela na parte externa do prédio foi mal instalada. Ela foi amarrada em vergalhões no terraço, com grandes chances de rompimento.
Até a implosão está ameaçada de ocorrer. De acordo com a fiscalização, a FBI precisará apresentar um estudo detalhado e não somente as seis páginas formuladas, que preveem a detonação.
Depois da demolição
Ainda não se sabe o que será feito com o terreno após a demolição do Esqueletão. O prédio tem cerca de 50 proprietários e há dívidas em IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel em cerca R$ 3,4 milhões.
Já o custo da demolição será de R$ 3,79 milhões, que está sendo arcado pela prefeitura de Porto Alegre. Quem irá dizer como a administração municipal será ressarcida e qual será o futuro do terreno será o Judiciário.
Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão já foi interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. Também já houve interdição judicial em 2019.