Assim como o trecho 1 da orla do Guaíba, a revitalização do Quadrilátero Central tem chamado a atenção pela quantidade de cimento. Da calçada ao pavimento para veículos, passando pelos canteiros de plantas construído entre os dois lados da rua, ele pode ser observado com grande facilidade.
Um fato que precisa ser observado é que a obra é recente. A vegetação replantada na Rua Otávio Rocha precisa de tempo para se expandir. Mas não há como não fazer a comparação com a região da Orla que primeiro passou por recuperação.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), os canteiros novos nesta via receberam novas plantas, as bancas dos floristas todas tem teto verde, e há expectativa que, quando estes vendedores voltarem a ocupar os seus tradicionais espaços, a rua ficará mais colorida. Além disso, as pinturas que estão sendo feitas nas bancas têm ajudado a disfarçar o cinza da construção.
Sei que a preocupação existe. Recentemente, a prefeitura inaugurou o seu primeiro terrário urbano. Transformou um terreno baldio em um espaço de convivência, com projeto sustentável.
Mesmo assim, penso que a prefeitura precisa ousar mais neste quesito. O trecho 1 da orla do Guaíba foi entregue em 2018. Desde então, os frequentadores reclamam da falta de árvores no local, principalmente no quente verão de Porto Alegre.
As revitalizações precisam ser completas. A recuperação de espaços degradados envolve também reforçar o paisagismo. E não adianta só plantar. É preciso regar, cultivar. De poluição visual, como placas de publicidade estáticas ou digitais, estamos bem atendidos. As cidades serranas da Região das Hortênsias podem nos servir de exemplo para Porto Alegre. É preciso honrar a tradição da capital gaúcha.
Tradição
Porto Alegre sempre foi conhecida por ser uma região arborizada. Um levantamento de 2020 contou mais de 1,3 milhão de árvores na cidade. Em 2012, o Censo de Entorno do IBGE, colocava a cidade na quarta posição entre as capitais brasileiras com maior percentual de casas com árvores por perto na cidade: mais de 80%.