Depois de anos de espera, enfim, a Usina do Gasômetro vai voltar a ter iluminação. E essa última etapa da obra vai encarecer ainda mais a reforma deste símbolo de Porto Alegre.
A prefeitura lançou licitação que irá contratar a empresa que ficará responsável pelas instalação da nova fiação elétrica. O prédio histórico da Capital não chegará ao ponto de gerar energia, mas, ao menos, poderá ter lâmpadas acessas sem a necessidade de um gerador.
As propostas serão recebidas em 7 de junho. Vencerá a disputa quem realizar o serviço pelo menor valor a partir de R$ 4,41 milhões.
Caberá à empresa escolhida executar os trabalhos dentro de quatro meses. A contratação era prometida há mais de um ano, mas somente agora houve a publicação da concorrência.
Se não houver atraso nas definições da licitação e execução da obra, até dezembro a Usina já poderá garantir a realização de eventos noturnos e a possibilidade de funcionamento de equipamentos elétricos que não sejam movidos a bateria.
Antes disso, em setembro, as obras físicas devem ser finalizadas conforme estipula o contrato firmado entre a prefeitura e o consórcio RAC/Arquibrasil. Sem contar a parte elétrica, a revitalização está custando R$ 19,33 milhões. Somando essa nova parte, a obra chega a R$ 23,74 milhões.
O valor é bem superior ao que foi projetado pela prefeitura. Em 2019, o contrato havia sido assinado ao custo R$ 11,44 milhões.
A Usina do Gasômetro está fechada desde novembro de 2017, por causa da falta de atualização de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Essa é uma das 21 obras que o prefeito Sebastião Melo determinou como prioritárias.
Por que dobrou de preço
Em 2016, os projetos de arquitetura e engenharia foram elaborados pela empresa 3C Arquitetura e Design. O estudo inicial, apresentado em agosto daquele ano, previa investimento de R$ 40 milhões.
Sem dinheiro disponível, a prefeitura determinou que o orçamento fosse ajustado para R$ 20 milhões. A adaptação foi feita em novembro de 2017, mantendo as intervenções mais necessárias.
Mas a restauração sofreu novo corte dois meses antes do lançamento da licitação. Em junho de 2019, a gestão de Nelson Marchezan Jr determinou que a obra fosse encaixada nos R$ 12,5 milhões do financiamento disponível pela Cooperação Andina de Fomento (Caf).
Porém, a avaliação atual é que esse corte comprometeu a restauração. Apenas 10% das paredes externas da Usina seriam recuperadas. Tomadas, disjuntores, impermeabilização e torneiras estão previstas de forma insuficiente no interior do prédio.
Por causa disso, o prefeito Sebastião Melo determinou a criação de uma força-tarefa para garantir a entrega da obra. A parte elétrica foi retirada do projeto original para que fosse possível reajustar os custos para as reais necessidades do prédio.