Preocupada com a deterioração do prédio da Confeitaria Rocco, localizado na esquina da Rua Doutor Flores com a Riachuelo, a prefeitura de Porto Alegre irá reforçar a proteção aos pedestres. Desde 28 de abril, a calçada junto ao imóvel foi isolada.
Laudo da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) apontou que alguns elementos da fachada da construção histórica estão deteriorados. A colocação de cones, cavaletes e fitas, não tem se mostrado resistente no intuito de afastar os pedestres do local.
Dessa forma, uma empresa foi contratada para instalar tapumes em frente ao prédio e evitar que alguém seja atingido por estruturas do imóvel que possam se deslocar. Serão investidos R$ 15,4 mil na colocação das pranchas de madeira.
De acordo com a SMC, o prédio não recebe manutenção apropriada desde 2006. Nele é possível perceber rachaduras. O edifício de quatro pavimentos tem donos, que tentam vender ou alugar o imóvel. Porém eles relatam encontram barreiras legais nos parâmetros de conservação das características históricas da propriedade.
Em 2000, o Ministério Público alegou que o imóvel não recebia o cuidado que um bem tombado deveria receber, e cobrou providências junto à prefeitura. Depois de anos de espera e uma decisão judicial pedindo medidas de restauro do espaço em 2019, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) prepara uma nova ação de desapropriação do imóvel.
Tombado como patrimônio histórico de Porto Alegre em 1997, o prédio de 111 anos da Confeitaria Rocco teve seu último inquilino fixo até 1999, quando o cursinho pré-vestibular Universitário operava ali.
Em 2012, ano de centenário da Rocco, a prefeitura tentou uma primeira vez desapropriar o imóvel. À época, a Secretaria Municipal da Fazenda avaliou o prédio em R$ 2,5 milhões, valor que não foi aceito pelos herdeiros.