Durou pouco tempo a pretensão da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Ela planejava adquirir câmeras corporais para seus agentes de trânsito. No ano passado, uma empresa ofereceu seus equipamentos para a realização de testes.
As primeiras avaliações com o equipamento ocorreram durante blitze e operações da Balada Segura. Em dezembro, uma licitação foi realizada para a compra das primeiras dez câmeras. Elas seriam usadas em ações de rotina e operações.
Mas, de acordo com a empresa de trânsito, as empresa interessadas não conseguiram atender às exigências do edital. Os equipamentos precisariam ser afixáveis no uniforme ou fardamento, com capacidade de gravação de vídeo em alta resolução, inclusive em ambiente de baixa luminosidade, gravação de áudio e registro de geolocalização, incluídos acessórios e softwares para recuperação das imagens, geração de relatórios e documentação de evidências.
Depois da primeira tentativa restar frustrada, a EPTC suspendeu as tratativas. Pelo menos ao longo do ano de 2022 não planeja realizar nova concorrência.
Uso nas abordagens
A ideia era usar as câmeras corporais nas abordagens a fim de dar mais segurança para os agentes de trânsito e mais transparência para a sociedade. A empresa Teltronic Brasil ofereceu a tecnologia para um período de averiguações. Foram fornecidos, gratuitamente, duas câmeras e o software de gerenciamento das imagens.
Dispositivos no RS
O governo do Estado também planeja que servidores da segurança pública usem o dispositivo. Testes ocorreram, entre março e maio de 2021, em policiais da Brigada Militar e da Polícia Civil. Foram escolhidos agentes das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) do 9º Batalhão de Polícia Militar, no Centro de Porto Alegre, e agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e do Departamento de Homicídios.
Em São Paulo
Nos últimos 12 meses, o número de mortes cometidas por policiais militares caiu 80% entre os paulistas após a instalação de câmeras em seus uniformes. De junho de 2021 a maio de 2022, foram 41 registros de óbitos, contra 207 do mesmo período, um ano antes do início do monitoramento em 19 dos 131 batalhões do estado. Em junho de 2021, quando deu início ao programa Olho Vivo, que prevê a instalação dos equipamentos, nenhuma morte foi registrada naquele mês, algo inédito desde que a PM passou a coletar essas informações, em maio de 2013.