A preocupação sobre o futuro do transporte metropolitano vai aumentar nos próximos dias. Chegou ao fim a ajuda financeira que o governo do Estado estava realizando.
O auxílio emergencial - de R$ 68,3 milhões - começou a ser pago em dezembro. Das 41 empresas do sistema, 36 se credenciaram e foram beneficiadas. O recurso foi usado para pagar salários de outubro, novembro e dezembro, além do 13º salário. De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, do investimento previsto, 90% já foi repassado e o restante será nos próximos dias.
A lei aprovada na Assembleia Legislativa previa a possibilidade de prorrogação do pagamento por mais cinco meses. Porém, até agora o Palácio Piratini não se pronunciou se haverá previsão de nova liberação de recursos.
A falta de decisão tem preocupado a Associação dos Transportadores Metropolitanos (ATM), que reúne nove empresas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Com o fim do subsídio, serão cerca de R$ 14 milhões por mês que deixarão de ser aportados no sistema do transporte intermunicipal metropolitano a partir de maio.
- O governo foi sensível no ano passado ao constatar a situação preocupante de um serviço público essencial para a sociedade, que é o transporte publico, e aprovar a lei do auxílio. Acreditamos que o Estado, como poder responsável por esse sistema, fará novamente essa avaliação, afinal, o maior beneficiado com uma ação do Governo será o passageiro, pois haverá impacto direto na revisão tarifária - avalia o presidente da ATM, José Antônio Ohlweiler.
E, a partir de junho, a situação irá se complicar ainda mais. Conforme estipulam os contratos, os preços das passagens precisam ser revistos. A ATM projeta que, sem uma ação do Governo do Estado, as tarifas podem aumentar até 30%.
Os motivos para uma alta tão forte estão relacionados ao aumento do diesel - que já supera 60% desde a última revisão - e o aumento de salário que os rodoviários estão solicitando. A categoria quer reajuste de 21%. O impacto mensal para as empresas só com o pedido de aumento do salário poderá impactar em R$ 2,6 milhões.
Para piorar a situação, a quantidade de passageiros transportados ainda está distante do período antes da pandemia. Dessa forma, as empresas não estão conseguindo se manter apenas com o pagamento da tarifa. Isso resulta em mais dificuldade para renovar a frota e pagar os impostos devidos.