Está tomando corpo o projeto que irá ampliar ainda mais a relação de Porto Alegre com o Guaíba. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está apresentando a primeira versão do futuro do Cais Mauá.
O projeto arquitetônico e urbanístico foi mostrado ao governador Eduardo Leite, na noite de quarta-feira (13), e ao prefeito Sebastião Melo, nesta manhã.
De acordo com o secretário extraordinário de Parcerias, Leonardo Busatto, a ideia é fazer uma concessão de toda a área. Em fevereiro, quando o contrato com o BNDES foi assinado, o governo chegou a avaliar a possibilidade de vender trechos da área, às margens do Guaíba.
- A empresa concessionária poderá alienar os terrenos, para financiar as intervenções urbanísticas e arquitetônicas no resto do Cais - destaca Busatto, a partir desta primeira versão apresentada.
Dessa forma, o governo gaúcho concede a área pra investimento. Em troca, a empresa vencedora coordena as melhorias e os espaços comerciais recebem as intervenções de quem for administrá-los.
O período da concessão ainda não está definido e dependerá da modelagem econômica. Esse estudo deve ser apresentado no próximo mês.
Dentre as intervenções urbanísticas e arquitetônicas previstas estão a reforma dos armazéns, paisagismo, integração com o Centro Histórico - um pedido do prefeito Sebastião Melo - e uma alternativa ao muro da Mauá.
Sobre isso, o BNDES trouxe algumas ideias. Uma delas foi a da empresa norueguesa AquaFence. Painéis portáteis são instalados no local em questão. Eles servem como barreira, quando há necessidade. O material é feito com laminados de grau marítimo.
A alternativa definitiva, porém, vai ser dada pelo concessionário. A proposta precisará passar por aprovação do governo do Estado e da prefeitura.
Sobre as construções previstas, além da restauração dos armazéns, não há definição de hotel, como chegou a ser previsto no primeiro contrato - assinado em 2010 e cancelado em 2019.
- A ideia é que possam ser construídos prédios nos terrenos das docas, mas não vamos definir quais tipos. Isso ficará a cargo da empresa que ganhar a licitação, a partir da sua visão de mercado - informa o secretário.
As novas instalações também precisarão passar por análise dos governos estadual e municipal. Na áreas dos armazéns, porém, não poderá ser construído nada pois eles são tombados. A ideia será reformar e preservar.
Com a apresentação dos projetos, o governo gaúcho mantém a intenção de repassar a área do cais até abril de 2022, quando está prevista a realização da licitação.