Disposto a reforçar a ofensiva pela revitalização do Cais Mauá, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, reuniu-se na manhã desta sexta-feira (14), no Paço Municipal, com integrantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante o encontro, Melo foi informado dos próximos passos até a licitação que definirá o destino da área, fez sugestões — entre elas a integração com os planos de recuperação da área central da Capital — e comunicou a criação de um grupo de trabalho na prefeitura para auxiliar no processo.
Na noite de quinta-feira (13), Melo já havia participado de reunião no Palácio Piratini, junto do governador Eduardo Leite, para conhecer as diretrizes do trabalho que será executado pelo consórcio Revitaliza, composto por oito empresas. Selecionado pelo BNDES, esse grupo será o responsável por preparar a modelagem e o edital a ser lançado pelo governo do Estado até o fim deste ano, para dar seguimento à revitalização, debatida há décadas.
Caberá ao consórcio, a partir de estudos técnicos, indicar a melhor destinação para o terreno, seja por meio de alienação, concessão ou parceria público-privada (PPP), entre outras modalidades.
— Queremos buscar parceiros na iniciativa privada para viabilizar entregas para a população. O cais é uma das áreas mais relevantes de Porto Alegre e certamente terá um plano à altura. Os porto-alegrenses e gaúchos merecem ter esse espaço de volta — disse o secretário extraordinário de Parcerias do RS, Leonardo Busatto, no primeiro encontro.
Nesta sexta-feira, Melo e sua equipe receberam os técnicos do BNDES na prefeitura para explicitar o interesse no projeto e reforçar os canais de diálogo. Ele destacou a união de forças com o governo do Estado, lembrou que o tema acumula mais de 20 anos de discussões e deixou claro que “o reencontro da cidade com o Guaíba é fundamental”. O prefeito também fez sugestões.
— Primeiro, eu disse que precisamos integrar o muro, o Cais Mauá e o centro da cidade. São projetos que se comunicam: a revitalização do centro, a questão do muro e também a questão do metrô. Temos um metrô que precisa ou ser enterrado ou ser envelopado. Essas duas alternativas eu deixei como sugestões. Por fim, existe um acúmulo de discussões, que passaram pelo EIA Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental), por projetos arquitetônicos, pela lei do regime urbanístico daquela área. Isso tem de ser levado em conta nesse projeto. Não devemos começar da estaca zero — ressaltou o prefeito.
Melo também anunciou a formação de um grupo de trabalho, que terá a participação dele, do vice-prefeito, Ricardo Gomes, e de dois secretários municipais.
— Os dois secretários que vão cuidar desse tema são o Cezar Schirmer (Planejamento), que cuida do Centro, é o prefeito do Centro, e o Germano Bremm (Urbanismo, Meio Ambiente e Sustentabilidade), que é o responsável pelo licenciamento e a ele compete toda a tramitação. E nós, prefeito e vice, vamos também acompanhar, porque se trata de um projeto especialíssimo — disse Melo.
Selecionado entre sete concorrentes, o consórcio responsável por dar continuidade ao processo é formado por Patrinvest, Machado Meyer Advogados, Dal Pian Arquitetos, ZEBL Arquitetura, Radar PPP, Caruso Engenharia, Apsis Consultoria Empresarial e 380 Volts Comunicação. O valor total da proposta foi de R$ 4,5 milhões e será pago pelo futuro administrador do cais.