Que a construção da nova ponte do Guaíba deixou de estar na preferência do governo federal, isso não resta dúvida. Desde que o tráfego foi liberado no traçado principal da travessia - em 10 de dezembro de 2020 - a obra só perdeu.
Perdeu dinheiro, trabalhadores e até empresa responsável, pois o contrato existente chegou ao fim e não foi renovado.
Agora, o Ministério da Economia anunciou um novo corte de verbas. Estão sendo retirados R$ 37 milhões. Esse recurso deveria ser usado no reassentamento de 600 famílias que moram no traçado das quatro alças que ainda precisam ser construídas.
Desse total, R$ 27 milhões estão sendo transferidos para três obras no Rio Grande do Sul: R$ 12 milhões para a duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas; R$ 10 milhões para a duplicação do Contorno de Pelotas; e mais R$ 5 milhões para a travessia urbana de Santa Maria.
Obra longe do fim
Só para a remoção das famílias, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) precisará de aproximadamente R$ 100 milhões. Já para a o término da construção da ponte são estimados outros R$ 100 milhões. Até agora foram investidos R$ 769 milhões na obra.
Quando a obra for retomada, a previsão é que ainda sejam necessários mais oito meses de trabalho. O Dnit apresentou um cálculo que para finalizar as obras é necessário remover ao menos 400 famílias.
Falta ainda a construção de quatro alças da elevada. Um dos trechos mais importantes que ainda não está liberado é o de quem vem do Centro de Porto Alegre pela Avenida Castello Branco e pretende seguir em direção a Eldorado do Sul.
Recurso dos pedágios
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já informou que a obra será concluída com recursos dos novos pedágios, que serão construídos na BR-116 e na BR-290. Porém, ele chegou a dizer que o governo federal ainda realizaria algumas ações. Mas, com os constantes cortes de verbas, as ações do Dnit ficam cada vez mais reduzidas.