O Comando Militar do Sul (CMS) confirmou o recebimento de mais R$ 15 milhões provenientes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O recurso será destinado para aquisição de insumos e manutenção das máquinas das obras da duplicação da BR-116, nos lotes um e dois, entre Guaíba e Barra do Ribeiro.
A verba está sendo usada e permitirá que o 1º Batalhão Ferroviário possa cumprir mais uma entrega dos 50 quilômetros que é de sua responsabilidade. O foco atual tem sido o acesso a Barra do Ribeiro. O trecho de 10 quilômetros já está recebendo as últimas camadas de asfalto da pista. A previsão de entrega foi alterada em algumas semanas. Em vez de fazer a liberação em outubro, o novo trecho de pista duplicada estará pronto em novembro.
Com mais estes R$ 15 milhões, o Exército já terá recebido 25% de todo o valor que precisa para terminar a obra nos lotes um e dois. O 1º Batalhão Ferroviário atua na região desde janeiro de 2020.
Recebendo na frente
Diferente de quando contrata uma empresa para executar uma obra, o Dnit precisa pagar adiantado pelo trabalho que será executado o Exército. As Forças Armadas não têm capital de giro para comprar os insumos necessários, fazer a manutenção do maquinário e pagar seus trabalhadores se a verba não chegar antes.
O primeiro montante de recursos - R$ 40 milhões - chegou no início de 2019, quando a duplicação foi assumida pelo 1º Batalhão Ferroviário. Com esta verba foi possível retomar as atividades nos lotes um e dois, garantir a primeira entrega da duplicação de sua competência - um trecho de 5 quilômetros em abril - e encaminhar a próxima entrega.
Faltarão ainda 35 quilômetros no trecho de responsabilidade das Forças Armadas. Pelo prazo contratual estipulado, a finalização dos trabalhos ocorrerá até março de 2022.
Exército na BR-116
A duplicação nos lotes um e dois era de responsabilidade da construtora Constran. Em recuperação judicial, a empresa não conseguiu obter o seguro garantia para retomar o contrato e teve seu vínculo rescindido com o Dnit em 17 de dezembro de 2018.
A autarquia até procurou o Comando Militar do Sul para que outros trechos da duplicação pudessem ser assumidos pelas Forças Armadas. Porém, os estudos foram encerrados e não foi possível evoluir em uma nova parceria.
Oito anos de obras
As obras nos 211 quilômetros entre Guaíba e Pelotas começaram em 2012 e deveriam durar dois anos. Pela previsão atual do governo, a obra deve ser finalizada entre dezembro de 2021 e março de 2022.
Os contratos da obra foram assinados em 2009 ao custo de R$ 868,94 milhões. Atualmente, o montante para realizar a duplicação já chega a R$ 1,57 bilhão, um aumento de 80,98% do total previsto.