As ações de combate ao coronavírus, que resultaram no afastamento de servidores da Trensurb e, consequentemente diminuíram a oferta de trens, fez o número de pessoas transportadas cair consideravelmente em março.
A diminuição na quantidade de passageiros começou a ser percebida entre 16 e 18 de março, quando as primeiras ações para diminuir a circulação de pessoas começaram a ser anunciadas. Em vez de transportar 160 mil usuários - média diária -, a Trensurb conduziu 134 mil pessoas.
Em 20 de março, o movimento caiu mais da metade, para 75 mil usuários transportados. E, a partir de 23 de março, mantém entre 30 e 35 mil pessoas conduzidas em dias úteis, inclusive nos primeiros dias de abril.
Com isso, a arrecadação na venda de bilhetes caiu aproximadamente R$ 4 milhões, em torno de 30% do faturamento do mês. O cálculo é feito com base no número de passageiros transportados. Os dados preliminares apontam que a Trensurb arrecadou R$ 9,98 milhões em março com venda de passagem.
O custo mensal da empresa é, na média, de R$ 23 milhões. No momento, a empresa não informa quais ações está adotando para reduzir gastos. A empresa destaca que tem buscado dar prioridade à manutenção do atendimento.
“Não se tem, ainda, números precisos sobre as possíveis reduções e/ou aumento de gastos motivados por fatores como circulação reduzida de trens, economia com adicionais como periculosidade (que não são pagos a empregados em teletrabalho) e gastos extraordinários com produtos de prevenção como álcool gel e máscaras”, destaca a assessoria da Trensurb.
Em abril, a tendência é a arrecadação diminuir ainda mais, quando as ações deverão contemplar um mês inteiro. Além disso, desde o início do mês as estações passaram a fechar mais cedo, às 22h — o horário normal é até as 23h20min.
Também houve alteração no horário das bilheterias dos 10 terminais que têm menor movimento. A venda de passagens nesses locais está mantida das 5h30min até 8h30min. A medida vale para as estações São Pedro, Aeroporto, Anchieta, São Luís, Petrobras, Luiz Pasteur, Rio dos Sinos, Santo Afonso, Industrial e Fenac.
Com as receitas próprias, a empresa consegue cobrir 70% dos seus gastos. O governo federal complementa os custos com o restante. Esse percentual vem aumentando desde que a Trensurb voltou a reajustar o preço da passagem, que ficou 10 anos congelado.
Porém, a arrecadação tem sofrido com a diminuição de passageiros. A empresa perdeu 3,6 milhões de usuários no ano passado. A quantidade de pessoas transportadas em 2019 foi a menor registrado na última década.