O combate ao coronavírus fez parar a revitalização na área do Cais Mauá, na orla do Guaíba. Os trabalhos foram suspensos em 23 de março, após as publicações dos decretos da prefeitura restringindo atividades.
A avaliação feita pela equipe jurídica do projeto Embarcadero é que as proibições da prefeitura atingem atividades de construção civil que não sejam indispensáveis para atender as necessidades básicas de habitação, mobilidade, saneamento básico, educação, segurança e saúde.
Apesar da obra ser privada, ela está sendo realizada em espaço público. Dessa forma, a coluna entrou em contato com a prefeitura para saber se a revitalização, de fato, precisava parar. A resposta dada é que não. Os trabalhos poderiam sim estar sendo realizados por serem de concessão pública.
O mês de abril é considerado perdido. Os trabalhos só deverão ser retomados em maio. Ainda faltam pela frente em torno de 45 dias de trabalho. É preciso fazer a ligação da energia e implantação da subestação. Também é preciso concluir a cobertura dos restaurantes e adequar os contêineres conforme os projetos aprovados.
Além disso, os lojistas precisarão de dois meses, em média, para montar suas estruturas. Dessa forma, o projeto só deverá ser inaugurado no segundo semestre.
O projeto é capitaneado pelas empresas DC Set e Tornak. A região de 19 mil metros quadrados, entre a Usina do Gasômetro que e o armazém A-7, está sendo recuperada.
As obras estão sendo feitas mesmo em meio à disputa judicial envolvendo o governo gaúcho e a empresa Cais Mauá do Brasil (CMB), vencedora de licitação realizada em 2009. Isso está ocorrendo porque as empresas DC Set e Tornak receberam sinal verde de ambas as partes.
Projeto Embarcadero
A proposta tem a intenção de mudar a paisagem em 640 metros da orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro. O projeto pretende oferecer espaços para contemplar o pôr do sol, para prática de esportes, com restaurantes e lancherias, entre outras atrações.
A previsão de ocupação do local é de 5 mil a 7 mil pessoas por dia. Aos finais de semana a expectativa é que o público possa chegar a 15 mil pessoas por dia.
A Rua Pôr do Sol, por exemplo, está localizada entre o Armazém A7 e o Guaíba. Na frente do conjunto de seis galpões, contêineres serão instalados. Neles, seis restaurantes vão oferecer almoço, janta e happy hour para até 700 pessoas. Três marcas já foram divulgadas. São elas: Amicci, 20barra9 e Bah.
Ao lado da área gastronômica, está o beach club. Será uma área para contemplar o rio, com até 400 cadeiras dispostas, com serviço de venda de bebida e um mini-palco para shows.
Uma outra área de alimentação do Embarcadero vai oferecer lanches rápidos. Junto a ele haverá também um parque com brinquedos infantis. Três quadras de esportes de areia também estão contempladas no projeto.
Um "mini mall" vai oferecer opções de serviço para os frequentadores. Os artistas locais terão a chamada "esquina das artes". O espaço terá feiras e mostras culturais. O tradicionalismo estará representado na "praça do gaúcho", com comercialização de produtos típicos.
A prainha terá uma arquibancada para as pessoas ficarem sentadas mais perto do Guaíba. O Embarcadero terá ainda banheiros, enfermaria, bicicletário e 600 vagas para veículos em duas áreas de estacionamento.