O governo gaúcho vai ter que adiar as pretensões que tinha e não conseguirá iniciar em setembro a concorrência que prevê ampliar o trecho com pedágio da RS-287, entre Tabaí e Santa Maria. Quando lançou o programa RS Parcerias, em março, o Piratini pretendia publicar neste mês o edital de licitação.
O motivo do atraso é a falta de um investimento de R$ 30 milhões, que a rodovia não recebeu. Dentro do Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema) do trecho Santa Maria - Cachoeira do Sul, que foi assinado em 2012 com o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), havia previsão do governo que todos os trabalhos seriam finalizados.
O contrato chegou ao fim em maio e serviços como melhoria da pista e do acostamento, pintura do asfalto e sinalização viária não foram concluídos. Dos R$ 30 milhões, aproximadamente R$ 12 milhões eram do financiamento do Bird, não foram usados e tiveram que ser devolvidos.
O governo avalia agora o que será feito. O que está sendo estudado neste momento é que este investimento precisará ser feito pela empresa que vencer a concorrência. Dessa forma, o governo avalia se será necessário ampliar o prazo do cronograma das obras, para evitar que o valor da tarifa do pedágio seja ampliado.
De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), vários fatores impediram a execução completa do contrato entre 2012 e 2019. Nos quatro primeiros anos, dois deles foram usados na gestão do governo Tarso Genro para tentar incluir duplicação da rodovia, o que não é padrão do Bird aceitar, e o que, inclusive, foi negado. Os dois anos seguintes, entre 2014 e 2016, o governo conseguiu realizar a primeira das quatro licitações necessárias de todos os contratos do Crema.
De 2016 a 2019 foram usados US$ 254 milhões na recuperação e manutenção de 1,7 mil quilômetros de rodovias estaduais. No começo deste ano, se identificou que faltaria tempo para concluir todos os serviços previstos na RS-287. E os meses chuvosos de abril e maio só confirmaram que alguns trabalhos deixariam de ser realizados.
A expectativa atual é que a licitação seja iniciada entre outubro e novembro. O estudo feito até aqui estipulou que a concessão terá 204,5 quilômetros, entre Tabaí e Santa Maria. O governo prevê investimento privado de R$ 2,27 bilhões na rodovia ao longo de 30 anos. O trecho deve ganhar cinco praças de pedágio. Vencerá a disputa quem oferecer a menor tarifa. O governo fixou valores máximos de R$ 5,93 para cada um dos pontos de cobrança.