Um clima de confiança vem tomando conta das empresas que trabalham na duplicação da RS-118. Ao anunciar um planejamento financeiro para executar as obras nos 21 quilômetros entre Gravataí e Sapucaia do Sul, o Piratini deu a entender que, agora, não faltará dinheiro.
Porém, as construtoras esperam receber R$ 12 milhões, sendo R$ 4 milhões de serviços já executados e não pagos e outros R$ 8 milhões de trabalhos feitos e que precisam de aprovação de novos aditivos. Como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá repassar R$ 131 milhões para a duplicação, o governo não deverá enfrentar dificuldades para realizar a quitação.
- A partir de hoje, nós retomaremos o diálogo com as empresas responsáveis pela (duplicação da RS-) 118, para que façamos o cronograma. Se necessário, (vamos) quitar o que está atrasado, acertar e definir o novo cronograma dentro dos R$ 131 milhões do que for executado - disse o Secretário Estadual dos Transportes, Juvir Costella, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta terça-feira (18).
A construtora Sultepa, que tem a receber aproximadamente R$ 1,5 milhão, já está se organizando para retomar os serviços a pleno a partir de 1° de julho. A empresa é responsável pela duplicação em 16 quilômetros. Existe a possibilidade da construtura terminar sua parte até o fim deste ano.
Os demais cinco quilômetros são de responsabilidade da construtora Toniolo, Busnello. Mas a obra está parada. Só ela tem a receber em torno de R$ 5 milhões. Como ela entrou recentemente em recuperação judicial, a empresa tem conseguido honrar os seus compromissos desde que os pagamentos sejam feitos.
A construtora Sogel é a responsável pela construção de um viaduto sobre a linha do Trensurb, em Sapucaia do Sul. A empresa aguarda que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) prorrogue o contrato da obra que, atualmente, está vencido.
- Solicitamos prorrogação de prazo em 15 de abril pois o prazo venceria em 28 de maio e até então não foi aprovado. Ficou muito tempo preso na Superintendência de Obras de Arte e no momento está para ser inserido na pauta do conselho para definição - diz o proprietário da construtora Sogel, Miguel Bastian.
Outras obras que ainda precisam ser finalizadas são o viaduto sobre a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca, as pontes sobre o Arroio Sapucaia. O governador Eduardo Leite anunciou a vontade de ver a duplicação pronta até o meio do ano que vem. Já Costella tem dito que acredita que a obra será finalizada em dezembro de 2020.
A duplicação vai completar 13 anos em julho. As obras entre Gravataí e Sapucaia do Sul começaram em julho de 2006, mas só passaram a apresentar avanço, de fato, a partir de 2011. Em 2012, a obra chegou a receber o maior investimento até então. Foram R$ 27 milhões, no segundo ano da gestão de Tarso Genro.
Porém, em outubro de 2014, após as eleições, a duplicação parou por falta de recursos. A obra só foi retomada em 2017, no terceiro ano do governo Sartori. Até o setembro de 2018 foram investidos R$ 170 milhões, recursos que vieram do caixa do Tesouro do Estado. Ainda durante as eleições, os pagamentos pararam e ainda não foram retomados pelo governo de Eduardo Leite.
Obras concluídas:
- Duplicação e recuperação da pista antiga entre os kms 5 e 8 e entre os kms 9,1 e 11,6, em Gravataí;
- 10,5 quilômetros de pista nova construída e entregue;
- Viaduto Ritter, em Cachoeirinha;
- Viaduto da Avenida Itacolomi;
- Elevação do viaduto sobre a RS-020;
- Elevada sobre o poliduto da Transpetro.
Obras que precisam ser finalizadas:
- Duplicação do lote 1, do km 11 ao 21;
- Duplicação do lote 2, do km 5 ao 11;
- Duplicação da lote 3, do km 0 ao 5;
- Viaduto sobre a linha do trensurb;
- Construção de viaduto sobre a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca;
- Pontes do Arroio Sapucaia;
- Sinalização da nova pista.