Quem passa pelo trecho de Gravataí, na RS-118, não tem encontrado máquinas e operários. Desde que o ano começou, a duplicação de 16 quilômetros nos lotes um e dois, de responsabilidade da construtora Sultepa, não foi retomada. A grande dificuldade é o recebimento de asfalto, que, desde setembro, não é fornecido pela empresa Stratura, subsidiária da Petrobras.
Entre dívidas do passado e assinatura do novo contrato, a empresa tem para receber aproximadamente R$ 10 milhões. A missão de conseguir os recursos coube ao secretário dos Transportes Juvir Costella que, antes mesmo de assumir, já havia definido que a duplicação da rodovia é sua prioridade.
- Não iniciaremos, nem retomaremos obras que não tivermos condições de finalizar. Obedecendo a essa diretriz, já definimos a duplicação da RS-118 como a necessidade maior entre os projetos na malha estadual - garante Costella.
Outro desafio será quitar dívidas deixadas pelo governo anterior. As empresas contratadas têm a receber R$ 8 milhões. A secretaria informa que os trâmites administrativos já foram cumpridos e acredita que, até o fim do mês, parte dos valores deverão ser quitados.
Os valores que serão necessários para quitar a duplicação dos 21 quilômetros foram atualizados. Ainda é preciso investir R$ 90 milhões para concluir as cinco obras em andamento. Em novembro do ano passado, o coordenador do projeto da duplicação no governo Sartori Vicente de Britto Pereira estimou que seriam necessários R$ 50 milhões.
A avaliação da nova gestão é que o investimento divulgado pelo governo anterior tratava-se apenas dos valores para pagamento das empresas. Existem outros R$ 38,5 milhões que são relativos ao fornecimento de material asfáltico, sem contar ainda dos novos reajustes contratuais.
As obras entre Gravataí e Sapucaia do Sul começaram em julho de 2006, mas só passaram a apresentar avanço, de fato, a partir de 2011. Em 2012, a obra chegou a receber o maior investimento até então. Foram R$ 27 milhões, no segundo ano da gestão de Tarso Genro. Porém, em outubro de 2014, após as eleições, a duplicação parou por falta de recursos. A obra só foi retomada em 2017, no terceiro ano do governo Sartori. Nestes dois anos foram investidos R$ 170 milhões, recursos que vieram do caixa do Tesouro do Estado.
Obras concluídas:
- Duplicação e recuperação da pista antiga entre os kms 5 e 8 e entre os kms 9,1 e 11,6, em Gravataí;
- 10,5 quilômetros de pista nova construída e entregue;
- Viaduto Ritter, em Cachoeirinha;
- Viaduto da Avenida Itacolomi;
- Elevação do viaduto sobre a RS-020.
Obras em andamento:
- Duplicação da lote 3, do km 0 ao 5;
- Construção de elevada sobre o poliduto da Transpetro (99% concluída);
- Construção de viaduto sobre a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca;
- Pontes do Arroio Sapucaia;
- Sinalização da nova pista.
Obras paradas por falta de dinheiro:
- Duplicação do lote 1, do km 11 ao 21;
- Duplicação do lote 2, do km 5 ao 11;
- Viaduto sobre a linha do trensurb;
- Acesso ao viaduto sobre a Avenida Marechal Rondon;
- Acesso ao viaduto elevado sobre a RS-020.