Uma das últimas duas empresas que ainda executam obras na RS-118 comunicou o governo gaúcho que não irá se responsabilizar pelo cronograma da duplicação estipulado em contrato. A construtora Sultepa realiza obras em 16 dos 21,5 quilômetros da duplicação.
O motivo do aviso é a falta de pagamento do Piratini. Faturas deixaram de ser pagas a partir de novembro do ano passado. Somente a Sultepa e a Toniolo, Busnello, responsável pela duplicação em cinco quilômetros, têm a receber R$ 3,5 milhões.
Em março de 2019, a construtora Sultepa voltou para a obra, depois de dois meses afastada. Porém, o ritmo da duplicação entre Gravataí e Sapucaia do Sul se dá de forma lenta.
Outro problema é a falta de fornecimento de asfalto. A responsabilidade também é do governo do Estado. A empresa Stratura, subsidiária da Petrobras, tinha a receber R$ 13 milhões. Desse total, R$ 11 milhões já foram quitados. O contrato em vigor chegou ao fim em março e o governo ainda negocia um novo aditivo.
E a Sultepa alertou o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) que, como a colocação de asfalto foi interrompida sem o término dos trabalhos, serviços já executados terão que ser refeitos.
"Aqui cabe o alerta de que, muitos dos serviços deverão ser executados novamente, sendo necessária a sua recuperação, tendo em vista a deterioração dos mesmos pelas intempéries (chuva, vento, etc) bem como o trânsito local, que circula por estes locais, por ser obra inserida em meio intensamente urbanizado", diz a nota enviada para a autarquia.
Além da Sultepa, somente a Premold executa obras na rodovia. Ela está realizando a construção das pontes sobre o Arroio Sapucaia, em Sapucaia do Sul, mas deve suspender os serviços em breve.
Em abril, a Toniolo, Busnelo já havia comunicado o Daer sobre a suspensão dos trabalhos. A mesma decisão foi tomada pelo consórcio de empresas Traçado e Tardelli, responsável pelo viaduto junto à Avenida Theodomiro Porto da Fonseca.
A empresa Sogel, responsável pela construção do viaduto sobre o Trensurb, em Sapucaia do Sul, não realiza obras desde o começo do ano. Inclusive, seu canteiro de obras tem sido alvo de furtos.
A duplicação vai completar 13 anos em julho e não será concluída antes de dezembro de 2020. Além de terminar a duplicação completa dos 21 quilômetros, o governo ainda precisará de recursos para concluir, as pontes do Arroio Sapucaia, o viaduto sobre a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca e o viaduto sobre a linha do Trensurb.