
Não há dúvidas que o governo passado foi o que mais investiu durante os 12 anos da duplicação da RS-118, de Gravataí a Sapucaia do Sul. Foram mais de R$ 170 milhões investidos na rodovia entre os anos de 2017 e 2018. Mérito do até então governador José Ivo Sartori, dos secretários dos Transportes, Pedro Westphalen e Humberto Canuso e do coordenador do projeto de duplicação, engenheiro Vicente de Britto Pereira.
É verdade também que, na primeira metade do seu governo, Sartori não aplicou recursos na obra. A justificativa dada era, além da falta de dinheiro, que este período serviu para planejar os trabalhos que viriam.
Em novembro do ano passado, em uma das vistorias que realizou na duplicação, o governador Sartori e sua equipe indicaram que a agonia estava perto do fim. E, de fato, está. Nunca a obra esteve tão perto da conclusão. Na ocasião, Canuso e Pereira informaram que o próximo governo precisaria investir R$ 50 milhões para finalizar os trabalhos.
Se Eduardo Leite priorizasse a obra, como informou que faria durante a campanha eleitoral, a expectativa dos comandados por Sartori é que a duplicação seria entregue no fim do primeiro semestre de 2019. Menos de dois meses depois, o novo secretário estadual dos Transportes apresentou informações atualizadas sobre a obra. E Juvir Costella, do mesmo partido de Sartori, apresentou dados diferentes.
Em vez de R$ 50 milhões, a conclusão da duplicação dos 21 quilômetros, agora, vai precisar de R$ 90 milhões. E o término dos trabalhos não deverá ocorrer nos primeiros seis meses mas ao longo do ano.
A avaliação da atual gestão é que o investimento divulgado pelo governo anterior tratava-se apenas dos valores para pagamento das empresas. Existem outros R$ 38,5 milhões que são relativos ao fornecimento de material asfáltico, sem contar ainda dos novos reajustes contratuais.
Procurados pelo repórter Felipe Dartoi na sexta-feira (18), tanto Canuso quanto Pereira optaram pelo silêncio. Disseram que, por não estarem mais no governo, deixariam de comentar os novos dados divulgados. Não contestaram as informações. Tampouco assumiram que erraram ao projetar o fim da obra.
E não foi a primeira vez que o governo anterior errou quando falou sobre a obra. No fim de 2017, Westphalen e Sartori prometeram entregar a duplicação até o ano passado, promessa repetida, inclusive, durante a campanha, que não se confirmou.