Com o seu fim já anunciado pelo próprio governador Eduardo Leite, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) desistiu de se mudar para um prédio no Centro Histórico de Porto Alegre. O endereço, na esquina das ruas General Câmara e Andrade Neves, serviu de moradia para o movimento Lanceiros Negros entre novembro de 2015 e junho de 2016.
De acordo com a Secretaria Estadual de Planejamento, Orientação e Gestão (Seplag), o prédio ainda segue aos cuidados da EGR. Mas a autarquia já manifestou sua disposição em devolvê-lo ao Patrimônio do Estado. Quando isso for formalizado, a Seplag informa que avaliará o melhor aproveitamento do edifício. Por ser tombado, a maior probabilidade é que ele seja usado por algum órgão público.
A ideia era usar R$ 3,5 milhões da arrecadação das praças de pedágio para fazer a reforma no prédio. Em dezembro de 2017, a EGR iniciou o processo para se mudar para este endereço. Foram 10 meses de trâmites burocráticos com a prefeitura da capital gaúcha até o recebimento definitivo das autorizações para começar a reforma no prédio protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A mudança é necessária porque a EGR gasta R$ 80 mil por mês com o aluguel de salas no prédio União, localizado no Centro Histórico. Em março, o governador informou que pretende conceder todas as estradas da autarquia à iniciativa privada em até dois anos. Perto da sua extinção, a EGR então foi incluída na reformulação que o edifício-sede do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) está passando.
Junto com a autarquia irá a Secretaria Estadual de Logística e Transportes (Selt), que vai deixar o Centro Administrativo Fernando Ferrari. A secretaria irá ocupar os andares 12 e 13. A EGR, o 11°.
O 13º andar já está praticamente vazio. Apenas o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) ainda funciona no local. Ali, também ficavam a secretaria do Conselho Administrativo do Daer e a Superintendência de Projetos Especiais. Elas já se mudaram para o 9º andar, junto à Diretoria Geral.
No 12º andar, onde antes ficava a Diretoria de Administração e Finanças da autarquia, falta apenas transferir o arquivo para um dos andares inferiores. O 11º andar segue ocupado pela Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do Daer, e o novo local que deverá recebê-la está em análise.
Essa reformulação no prédio do Daer deverá custar aproximadamente R$ 500 mil. A projeção do governo é que a medida irá proporcionar uma economia de no mínimo R$ 15 milhões aos cofres públicos até o fim da gestão do governador Eduardo Leite. Além do aluguel mensal da EGR estão também os R$ 280 mil mensais gastos pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que também deixarão de pagar aluguel do prédio onde estão. Elas ocuparão o andar que hoje é da Selt, no Centro Administrativo.
- Além da economia que projetamos com a mudança para o prédio do Daer, daremos mais dinamismo às atividades realizadas entre a Secretaria e os órgãos vinculados - diz o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella.