Desde as inaugurações da Rodovia do Parque, em 2013; e do viaduto de Sapucaia do Sul, em 2014; os usuários da BR-116 enfrentam em São Leopoldo o pior congestionamento da rodovia entre Novo Hamburgo e Porto Alegre. A ponte sobre o Rio dos Sinos, localizada no quilômetro 247, apresenta lentidão em qualquer dia da semana, principalmente em horários de pico. Os veículos demoram entre 30 e 45 minutos para passar por aproximadamente três quilômetros, que se formam em ambos os sentidos.
A solução passa pela duplicação da ponte. A obra custa R$ 15 milhões e, atualmente, só depende do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para sair do papel.
Ainda em São Leopoldo, mas no quilômetro 235, os usuários da rodovia enfrentam outro ponto característico de congestionamento: o acesso para a RS-240. Para o local é previsto um novo viaduto, ao custo aproximado de R$ 44 milhões.
Essas e outras 19 melhorias ao longo de 35 quilômetros da BR-116 estão descritas em uma licitação iniciada pela autarquia em outubro de 2014. A homologação do resultado ocorreu em julho de 2016. Porém, empresas que participaram da concorrência questionaram na Justiça o resultado. Essa disputa suspendeu a licitação por dois anos.
Mas, desde outubro do ano passado, o Dnit já pode assinar o contrato com o consórcio vencedor, formado pelas empresas EPC Construções, MAC Engenharia, Sogel Construtora e Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia.
Realizar todas essas obras entre Novo Hamburgo e Porto Alegre custaria R$ 280 milhões. Com os cofres raspados, o Dnit dificilmente conseguirá repassar todo esse montante para o contrato.
Porém, a autarquia poderia realizar essas obras por etapas. E pode usar recursos da manutenção das rodovias federais, como já ocorre por exemplo com a recuperação da ponte sobre o Rio Caí, na BR-386, que está custando R$ 10 milhões ao Dnit.
E os parlamentares gaúchos bem que poderiam ajudar. Mas, a bancada gaúcha no Congresso Nacional preferiu, no fim do ano passado, destinar R$ 10 milhões em emenda parlamentar para a extensão da BR-448, a Rodovia do Parque, um projeto que sequer tem licenças ambientais, projetos e licitação.
Outros R$ 30 milhões foram destinados para a ponte sem projeto de Porto Xavier. No fim de 2017, essa mesma obra, que sequer tem licitação, recebeu R$ 56 milhões em emenda parlamentar. Como o recurso não foi usado a tempo de se realizar a licitação em 2018, os deputados e senadores remanejaram os recursos para a duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas.