J. J. Camargo
Final de plantão, todo mundo exausto, metade pelo trabalho, outra metade pela tensão _ que tinha dado uma trégua e agora estava de volta, inteira. Então, mais uma vez tocou o alarme do box 17. Nova correria, para outra vez massagear um coração que, por falta de oxigenação, já desistira. Foram 95 minutos de sons alternados, da massagem, da insuflação manual do balão e de monitores alertando que a esperança racional já tinha saído pela janela. Como a menina só tinha 22 anos, o esforço continuou por mais um tempo que ninguém mais se animou em cronometrar. Até que alguém tomou a dianteira: "Pessoal, não tem mais sentido".
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