J. J. Camargo
Ser leitor é uma condição que, sem rigorosa autodisciplina, exclui a possibilidade de isenção. Por uma razão muito simples: nós escolhemos o que ler. Evitamos as revistas inimigas e jamais assinamos os jornais deles. E quando não concordamos com o texto tendemos a abandoná-lo rapidamente. Existem muitas evidências de que esta seleção preconceituosa do que merece ser lido é o embrião para a chamada imunização cognitiva, uma síndrome fartamente estudada na sociedade contemporânea, em que tanta gente se apoia na fé e a partir daí boceja nesta zona amorfa e impenetrável ao raciocínio lógico.
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