No final do ano, as listas de melhores livros pululam nas redes sociais, jornais, sites e revistas especializadas. É preciso dizer que as listas são injustas e excludentes, pois sempre partem de um ponto de vista particular e subjetivo. Além disso, é impossível ler e acompanhar toda a produção literária anual.
As listas são importantes porque, de certo modo, organizam nossa leitura, justamente num mundo que a todo momento nos convoca para dispersão. A sensação de que quanto mais o tempo passa, mais temos que lutar pelo direito de ler e não ceder às redes sociais e às distrações cotidianas.
Talvez nosso maior desafio enquanto leitores seja justamente manter a atenção numa página inerte, sem barras de rolagem, anúncios, curtidas, comentários, tretas e outros dispositivos distrativos que diminuem nosso ritmo de leitura. Manter-se atento a uma história é um ato de rebeldia contra um mundo cheio de anúncios luminosos.
Fazer uma lista dos melhores livros que se lê é também transformar-se num bibliotecário de si mesmo. Ser leitor é torna-se o curador de seu próprio repertório. É guardar dentro de si uma biblioteca particular. Pensando nisso, decidi trazer aqui a minha lista dos melhores que li em 2021. São livros que por algum tempo me salvaram dessa guerra interna contra a distração e a dispersão. Livros que me resgataram das redes sociais e me fizeram regressar novamente à literatura:
• Devoção, Guto Leite (ed. Zouk)
• Vozes de Retratos Íntimos, Taiasmin Ohnmacht (ed. Taverna)
• Visão Noturna, Tobias Carvalho (ed. Todavia)
• Essa Dama Bate Bué!, Yara Nakahanda Monteiro (ed. Todavia)
• Cartas Para Minha Avó, Djamila Ribeiro (ed. Companhia das Letras)
• Florim, Luciany Aparecida (ed. Paralelo13S)
• Vista Chinesa, Tatiana Salem Levy (ed. Todavia)
• O Som do Rugido da Onça, Micheliny Verunschk (ed. Companhia das Letras)
• A Visão das Plantas, Djaimilia Pereira de Almeida (ed. Todavia)
• Carta Aberta ao Demônio, Ricardo Silvestrin (ed. Libretos)