2020 jamais será esquecido. Um ano que será recordado por muitas gerações, um ano trágico, com tantas perdas humanas devido à pandemia. Tivemos que nos adaptar à nova realidade. Foi naquele mesmo ano que a Feira do Livro de Porto Alegre teve de se reinventar. Com a organização da Câmara do Livro e a curadoria de Lu Thomé, a Feira do Livro inovou, trazendo pela primeira vez em sua história uma programação totalmente online.
Um ano depois, a Feira está de volta. Passados alguns meses desde o início da pandemia, aprendemos, a duras penas, a conviver com o vírus. Aprendemos muito sobre as nossas limitações, mas também modos de continuar. Neste ano, com o escritor Fabrício Carpinejar como patrono, a Feira terá um formato híbrido (com todos os cuidados e protocolos de prevenção à covid-19). As bancas voltarão à Praça da Alfândega. Serão 56 expositores. E finalmente poderemos circular entre os livros. Encontrar pessoas e quem sabe o seu escritor e/ou escritora preferida.
As sessões de autógrafos também voltam à praça, o que nos dá um certo ar de normalidade. Esta Feira ficará marcada pelo sentimento de recomeço. Ainda estamos recolhendo os escombros e os nossos caquinhos. E os livros podem nos ajudar com este luto coletivo em que nos metemos. Por isso, compareçam à praça, acompanhem as discussões online que trarão uma diversidade de nomes como Pilar Quintana, Tom Farias, Lilian Rocha, Natalia Borges Polesso, Clara Corleone, Luiz Mauricio Azevedo, Antônio Xerxenesky, Natalia Timerman, Djamila Ribeiro, Tobias Carvalho e muito mais.
A Feira do Livro de Porto Alegre é o momento em que a cidade se aproxima da literatura, da poesia e da cultura. Aliás, temas tão maltratados e desprezados pelo governo atual. Precisamos retomar, ainda que aos poucos e com cuidado, os nossos encontros. O mundo digital nos ajudou muito, mas somos seres gregários, precisamos da presença física do outro. Não é à toa que o lema desta edição é “Para ler um novo mundo”, pois não seremos os mesmos no mundo pós-pandemia e precisamos aprender a lê-lo.