Eis aí o governo com a sua nova e fabulosa estrutura de 37 ministérios aprovada pelo Congresso Nacional, após sucessivos pagamentos de resgate. A partir de agora, passam a ter existência legal aberrações como o “ministério do índio”, ou do “desenvolvimento agrário”, e outros ralos pelos quais o seu dinheiro vai sair nos próximos anos. Custou caro.
Lula montou no início do seu governo o que foi descrito como um “esquema de apoio” junto ao “centrão” e outras regiões escuras do baixo mundo político. Mas o que estava fazendo era um ato de submissão à chantagem. Desde então, o “esquema de apoio” vem extorquindo verbas públicas e cargos para aprovar as propostas do governo – como a nova estrutura ministerial. Mesmo pagando caro, a coisa ainda não saiu como o governo queria. O projeto aprovado eliminou poderes essenciais de ministérios como os do Meio Ambiente; Lula teve de engolir.
Enquanto isso, o país fica entregue à paralisia da equipe mais incompetente que jamais foi levada a um governo
Só nesta semana, para resolver a questão dos ministérios, foi preciso entregar R$ 1,7 bilhão em “emendas” dos deputados. Desde o começo do governo já foram quase R$ 5 bilhões de dinheiro público para atender às exigências da “base de apoio” – R$ 1 bilhão por mês. Onde estará essa conta no fim do ano? Eis aí o “orçamento dos pobres”, tão prometido por Lula.
Até agora, os “pobres” não viram um tostão. Quem está ganhando, como sempre, é o Brasil Velho dos políticos mercenários, dos marajás do serviço público e de todos os outros parasitas que prosperam com o dinheiro dos impostos – ou seja, com o trabalho do povo brasileiro. Os R$ 5 bilhões queimados até agora para garantir a “governabilidade” não resultam em nada de útil para a população. Não geram um único emprego. Não respondem por um decimal de crescimento econômico. Não fornecem nenhuma oportunidade a quem precisa. Não melhoram em nada a saúde, a educação ou a segurança. Só produzem um governo ainda mais obeso, mais inepto e mais caro.
E agora? Será que os chantagistas vão dizer: “Chega; já está bom assim”? Ou vão pedir mais, e de novo? Parece cada vez mais claro, com cinco meses de governo, que Lula ainda não começou a governar o Brasil – e nem pretende. Passou este tempo todo torrando milhões em viagens inúteis, para brincar de “estadista mundial”, o seu novo fetiche, e para a mulher fazer turismo em hotéis com R$ 40 mil de diária – pagos com o seu dinheiro. Enquanto isso, o país fica entregue à paralisia da equipe mais incompetente que jamais foi levada a um governo – e às exigências de uma “base de apoio” que sente fraqueza e cobra cada fez mais pelos seus votos.