Humberto Trezzi

Humberto Trezzi

Repórter especial de ZH e colunista na área de segurança pública. Trabalha há 40 anos com jornalismo e recebeu mais de 70 prêmios, entre eles o Esso de Jornalismo nacional.

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Exames detectam arsênio no marido e no filho de mulher presa por envenenar bolo

Substância mortífera estava presente na urina coletada para testes. Descoberta eleva o número de suspeitas de tentativas de homicídio praticadas por Deise Moura dos Anjos

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arquivo pessoal / arquivo pessoal
Deise Moura dos Anjos está presa no Presídio Feminino de Torres, apontada pela polícia como autora de quatro homicídios duplamente qualificados.

Exames detectaram resíduos de arsênio, um veneno, na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, mulher que está presa pela morte de três familiares que ingeriram um bolo envenenado na antevéspera do Natal, em Torres. Outras três pessoas foram intoxicadas pelo doce, mas conseguiram sobreviver.

A tentativa de envenenar o marido e o filho teria ocorrido antes do episódio do bolo. A informação foi confirmada pelo colunista com três fontes diferentes.

O veneno encontrado no doce (e que motivou a prisão de Deise) é o arsênio ou sua fórmula comercial, chamada arsênico. 

As suspeitas recaem sobre Deise porque ela tinha péssima relação com alguns dos familiares envenenados, sobretudo com a sogra, Zeli Teresinha dos Anjos - confeiteira que fez o bolo e sobreviveu. 

A perícia do celular de Deise mostrou que ela realizou diversas pesquisas sobre "veneno para matar humanos" e arsênio, antes das mortes ocorrerem. Ela também encomendou pela internet e adquiriu arsênico em pó, que teria sido misturado ao bolo.

Deise é suspeita também de ter provocado uma quarta morte por envenenamento, a do sogro, Paulo (marido de Zeli), com o qual ela também não tinha boa relação. A exumação do corpo de Paulo mostrou que ele também foi envenenado com arsênico, após tomar café com leite em pó fornecido pela nora.

A partir dessas quatro mortes, a Polícia Civil desconfia que Deise possa ser uma serial killer. E solicitou ao Instituto-Geral de Perícias testes em material coletado do marido dela, Diego, além do filho, de 10 anos.

Em outubro passado Diego teve intoxicação alimentar. Dois meses depois, passou mal após ingerir suco de manga, que também contaminou o filho do casal. Desconfiados de que possa ser envenenamento, policiais civis pediram exames. Mostras de urina de pai e filho foram enviadas pelo IGP para um laboratório do Ministério da Agricultura, que confirmou resíduos de arsênio no material coletado nos dois familiares de Deise. Agora, além de quatro homicídios, ela deve responder por outras seis tentativas de assassinato. O IGP deve ainda fazer testes em garrafas de água levadas por Deise para Zeli, quando a sogra estava hospitalizada após envenenamento. A ideia é verificar se os vasilhames também contêm resíduos de arsênio.

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