Foram horas e horas de sono perdido, rastreamento de mensagens, checagem de brigas passadas, buscas ao atirador. E, na manhã desta quinta-feira (24), autoridades do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar e da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) apresentaram o resultado da investigação sobre a tentativa de assassinato do promotor Jair João Franz, que foi baleado em 17 de agosto, em Teutônia, no Vale do Taquari.
Franz está fora de perigo e se recupera dos ferimentos. Três supostos envolvidos na trama foram presos, inclusive uma advogada, defensora de um líder de facção criminosa na região.
É um raro caso de atentado contra autoridades no Rio Grande do Sul — algo que acontece esporadicamente em outras regiões do país. Talvez porque em território gaúcho a detecção de ameaças é levada muito a sério. Existem juízes e promotores que contam com escolta de forma permanente, outros em ocasiões específicas.
Ficou célebre o caso do magistrado Felipe Keunecke de Oliveira, de Porto Alegre, que teve de andar anos com guarda-costas, após ser jurado de morte por uma facção. Casualmente (ou não), a mesma que agora teria tentado assassinar o promotor Franz. A proteção funcionou, e Keunecke acabou falecendo de uma doença.
Os serviços de inteligência do Judiciário, do MP e as polícias Civil e Militar já detectaram planos de sequestro de autoridades também. Nunca concretizados. O conhecimento das atividades dos criminosos é passo decisivo para evitar essas ameaças.
A prisão dos supostos envolvidos na trama (há mensagens trocadas entre eles, sugerindo dar um jeito no promotor) é um duro recado ao submundo.