O alerta contra inimigos do bando faz parte da natureza selvagem. Assim é com macacos, suricatos, hienas e até com leões, embora esses estejam no topo da cadeia alimentar – o grande predador deles é o homem. Pois humanos têm muito a aprender com aqueles que consideram animais inferiores. Um dos ensinamentos é como se defender coletivamente.
É o que fazem mais de 150 grupos de WhatsApp em Porto Alegre. Eles foram criados por moradores de bairro para se comunicarem exclusivamente com os seis batalhões da Brigada Militar na Capital, como mostra a repórter Bruna Viesseri, de GZH.
Claro que nem todos os integrantes do grupo falam com o comando dos batalhões. Para não serem soterrados por mensagens não lidas, os oficiais da BM recomendam que um líder comunitário seja o interlocutor. Ele se responsabiliza por alertar contra atitudes ou pessoas suspeitas, aquele tipo de sujeito que fica parado num ponto estratégico, observando tudo. Não custa dar uma checada. Pode ser ladrão ou não, cuidar é preciso.
Importante: piadas, manifestações políticas e ofensas são proibidas nos grupos. O objetivo é unir, não desunir.
O recado é simples: a união faz a força. Contra predadores na selva africana ou na selva urbana, como aquela onde vivemos.