Desde o início da pandemia você acompanha a jornada exaustiva dos trabalhadores do setor da saúde. Heróis, na maioria das vezes anônimos, cuja carga horária e o desgaste emocional se multiplicaram ao infinito desde que a peste se abateu sobre a humanidade. Até pela admiração que todos adquiriram junto à comunidade, é triste ver quando o nome de algumas pessoas do ramo é envolvido em esquemas fraudulentos, como o descoberto agora pela Polícia Civil em Porto Alegre. No caso, uma médica era caluniada sem ter cometido crimes, tendo a imagem danificada por falsários, como nos relatam os colegas Cid Martins e Ronaldo Bernardi.
Quatro pessoas conseguiram desviar do prestigiado Hospital de Pronto Socorro (HPS) 180 frascos de codeína (um poderoso analgésico, derivado do ópio e similar à morfina). Um deles era funcionário terceirizado da farmácia do hospital. Usavam o nome da médica em carimbos e atestados falsos, para conseguir justificar a requisição do medicamento. A partir da droga, fabricavam o “purple drank” ou “lean”, drinque ilegal usado em festas.
Rendeu muito dinheiro, mas um dia os espertos se dão mal. Isso aconteceu porque funcionários do HPS desconfiaram do excesso de receitas de codeína retirado pela médica. Procurada, ela descobriu que seu nome era usado pelos criminosos. Os policiais da 2ª Delegacia de Polícia da Capital vigiaram suspeitos até confirmar o envolvimento deles, que foram presos. Um deles precisou de atendimento médico, pois estava viciado no produto. Moral da história: profissionais da saúde, esses paladinos em carne e osso, ajudaram a descobrir quem os caluniava.