A Polícia Federal anunciou na manhã desta terça-feira (8) a prisão de três suspeitos de ataque cibernético ao Supremo Tribunal Federal (STF). A invasão virtual, em maio, tirou o site judicial do ar. Os magistrados garantem que dados sigilosos não foram hackeados.
Já os hackers que atacaram o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em abril provocaram o caos. Por semanas, milhares de processos ficaram inacessíveis. Nos computadores do Judiciário apareciam mensagens exigindo pagamento de milhões em criptomoeda, para devolver a normalidade ao sistema de informática. Os desembargadores garantem que não pagaram resgate, e um demorado processo de recuperação de dados ainda está em andamento.
Por fim, sites de governos (como a Casa Branca norte-americana) e grandes multinacionais (como a Amazon e o Spotify) amanheceram fora do ar, nesta terça-feira. Apesar da suspeita de ataque hacker, há possibilidade de que se trate de uma gigantesca falha técnica, do fornecimento de dados de um provedor global.
Seja o que for, a verdade é que os grandes empresários temem hoje mais os hackers dos que os assaltantes. Contra pessoas armadas eles podem providenciar guardas, alarmes, câmeras e outros dispositivos intimidatórios. Já contra o inimigo invisível não é tão simples: basta um funcionário descuidado acessar um site malicioso e está feito o problema.
Lógico que o pequeno comerciante ainda tem mais medo de ladrão do que dos estelionatários virtuais, mas hoje o meu assunto é invasão virtual. Nem as polícias estão a salvo. Hackers atacaram computadores da polícia de Washington, acharam o valor que o governo ofereceu para recuperar os dados roubados baixo demais e publicaram na internet informações sigilosas sobre policiais e criminosos.
Sequestros desse tipo estão em alta. No ano passado aumentaram em 311% os pedidos de resgate por dados virtuais sequestrados, segundo relatório da Chainalysis, empresa que analisa o uso de criptomoedas em transações criminosas. Pelo menos US$ 350 milhões (R$ 1,75 bilhão) teriam sido pagos a hackers, no mundo. Isso é o que se sabe, fora o que ignoramos. Por tudo isso, mantenha o antivírus atualizado, não clique em sites suspeitos. Eles viraram armas.