A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Passada a metade da colheita e alinhando os ventos para a fase final da safra, a temporada de inverno se encaminha para encerrar melhor do que começou. Pelo menos no recorte que envolve área e volume. Estimativa atualizada da Emater para o ciclo 2024 amplia a colheita e a produtividade inicialmente estimadas, reafirmando a recuperação da agricultura gaúcha em meio a um ano de dificuldades pelo clima.
No principal produto da estação, o trigo, a projeção indica aumento de 78,9% em produtividade (3.116 kg/ha) e de 57,2% em produção (4,12 milhões de toneladas) em relação ao ano passado, mesmo com redução de 12,2% na área total cultivada. Entre uma estimativa e outra para a safra atual, porém, o cultivo ampliou em 0,73%.
Cevada, aveia branca e canola também apresentam bom desempenho, com projeções de alta tanto em quantidade colhida quanto em rendimento.
— Dá para se considerar uma bela safra. Em termos de rendimento, sobretudo, que no ano passado foi ruim. Neste ponto, é um alento. Já em termos de preço, é outra história — analisa o assistente técnico de culturas da Emater, Alencar Rugeri.
O diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, pondera que as condições do clima em etapa determinante do ciclo, com alta umidade e pouca luminosidade, facilitaram a entrada de doenças, comprometendo a homogeneidade das lavouras e a qualidade dos grãos. Ainda assim, a tendência é de bons resultados, considerando-se que parte significativa da safra ainda está por ser colhida.
Segundo a Emater, a colheita já alcança 64% das lavouras no RS. Sem sobressaltos do clima nas próximas semanas, o indicativo é de que os dados confirmem os números da temporada. Em 2023, a colheita da estação foi frustrada pela ocorrência de El Niño, quando o excesso de chuva afetou o desenvolvimento das culturas.