Os desafios climáticos — seca no Centro-Oeste e Sudeste e chuva em excesso no Sul —, combinados com o cenário de recuo de preços, fizeram com que o agricultor brasileiro tivesse uma redução na margem de mais de 30% nas principais regiões de produção de grãos do país. A observação foi feita por João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) na etapa final do circuito de resultados do Projeto Campo Futuro.
Neste ano, contou com 154 painéis em 125 municípios, de 20 Estados — incluindo o Rio Grande do Sul — com o objetivo de levantar os custos de mais de 40 atividades agropecuárias. Ao todo, 1,5 mil produtores foram ouvidos.
— Esses números mostram o nosso empenho em compreender profundamente as realidades e os desafios de quem trabalha para alimentar o Brasil e o mundo — pontuou ainda o dirigente.
A exceção à regra no país foi o arroz. Apesar dos danos sofridos por conta da cheia em parte das lavouras no RS, maior produtor nacional, a colheita do país foi positiva e, somada aos preços, permitiu boas margens. Foi o grão de melhor performance.
No Estado, os levantamentos tiveram foco em quatro atividades, explica Ruy Silveira, economista da Federação da Agricultura (Farsul): produção de grãos, pecuária de corte, de leite e maçã.
— Mesmo com produtividades boas da soja, como em Carazinho (um dos pesquisados), as margens foram muito apertadas por conta dos preços — completa Silveira.