Maior produtor nacional de arroz, o Rio Grande do Sul dará a largada, nesta semana, à colheita, em cerimônia realizada na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão. Entre os ingredientes que devem compor esse ciclo estão preços remuneradores, área um pouco maior e lavouras em condições variadas, de ótimas a prejudicadas pelo clima. O cenário traz, pelo segundo ano consecutivo, cotações maiores do que o custo de produção, o que traz a perspectiva de rentabilidade à cultura. Mas a recomendação é evitar a euforia, pontua Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS):
– O produtor tem de ficar atento às diretrizes: manutenção de área, das exportações e uso de gestão.
São três pilares fundamentais para que se tenha uma sustentação nos preços.
O valor da saca de 50 quilos chegou a R$ 131,44 em 9 de janeiro. Agora, se “reacomodou”, mas segue no patamar acima de R$ 100, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)/Irga. As perspectivas globais de mercado para o cereal, soja e pecuária estarão amanhã na pauta da programação do primeiro dia da 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz.
– O cenário 2024/2025 deve ser de custo muito parecido e sem sinal de grandes quedas no preço – observa Carlos Cogo, consultor em agronegócios e palestrante do painel.
Cogo avalia que as cotações do ciclo atual devem ficar “no mínimo” iguais às do ano passado. Velho estima que o piso fique em torno de R$ 100 – preço de paridade à exportação.
– Para o sucesso de mercado em 2024, temos de confirmar um bom volume de exportação no primeiro semestre – acrescenta o presidente da Federarroz-RS.
Cogo pondera que o balanço entre importação e exportação de arroz é que vai determinar o ritmo do preço interno.
A manutenção de equilíbrio entre oferta e demanda é tida pelo setor como fundamental para evitar que se retorne a um cenário de preços baixos ao produtor, que se converteu em sucessivas reduções de área cultivada. Em 2022/2023, o Estado teve o menor espaço da cultura em 25 anos.
– Não vale a pena fazer um movimento de aumento de produção agora que a oferta se ajustou – diz Cogo.