As jornalistas Bruna Oliveira e Carolina Pastl colaboram com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É com olhar atento à lupa — literalmente, que um dos maiores vilões da produção de citros está sendo monitorado nos pomares gaúchos. O alvo das investidas é o Diaphorina citri, inseto vetor do greening, doença causada por bactéria e responsável por se alastrar na citricultura mundial.
Para isso, a Secretaria Estadual da Agricultura instalou armadilhas adesivas amarelas em 384 pontos, de 76 municípios. Até março de 2025, o Estado vai verificar os adesivos quinzenalmente. É do período de brotação dos pomares até o início da colheita.
— Com as armadilhas adesivas, é mais rápido de identificar o inseto e verificar, em laboratório, se está ou não contaminado pela bactéria — esclarece Rita Antochevis, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da pasta.
Até o momento, não há registros da doença no Rio Grande do Sul, mas o temor ronda por perto. Em São Paulo, o greening chegou a quase 45% dos pomares este ano e foi responsável por arrasar produções de laranjas e outros citros.
— Há risco da doença chegar através de mudas contaminadas de outros Estados. Ou até pelos insetos, por exemplo — reforça Rita.
Na safra passada, foram analisados 199 pontos de amostragem, com análise de mais de 2,5 mil armadilhas adesivas, em 95 propriedades de 42 municípios. A presença do inseto foi detectada em cinco locais de três municípios, ou 5,2% da amostragem. Foram capturados 89 insetos para análise. Todos deram resultado negativo para a doença.
A doença pode causar a morte das plantas infectadas.
— Uma vez infectada, fica para o resto da vida. E vai definhando, os frutos ficam mais ácidos, menores. Só a erradicação da planta mesmo — esclarece ainda a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria.