A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É dos pomares do sudoeste do país que vêm o indicativo de que a laranja poderá pesar mais no bolso do brasileiro nesta safra. O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) reestimou, pela primeira vez, nesta semana, a produção no ciclo 2024/2025 em São Paulo e Minas Gerais, principais Estados produtores da fruta. A perspectiva agora é de uma colheita 7% menor do que a estimada em maio, com 215,78 milhões de caixas, cada uma com 40,8 quilos. Em comparação à safra passada, a redução é ainda maior: de 30%.
Ao Campo e Lavoura, da Rádio Gaúcha, o supervisor de projetos do Fundecitrus, Guilherme Rodriguez, justificou o cenário pelo clima:
— Nesses primeiros quatro meses de safra, tivemos um volume de chuva bem abaixo do esperado. O que impactou no desenvolvimento da fruta. Sem água no solo, a fruta cresce menos, o tamanho dela fica menor e, consequentemente, você precisa de mais unidades para encher uma caixa.
O calor intenso também contribuiu, continua Rodriguez:
— Fez com que a maturação da fruta fosse mais rápida e, consequentemente, a colheita também.
Em meados de agosto, cerca de 45% da safra já estava colhida, quando, neste mesmo período, a média histórica é de aproximadamente 30%.
Com perspectiva de baixa oferta e alta demanda, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP já registra o que chamou de "preços altistas". O valor da variedade laranja pera chegou a R$ 115,59 a caixa na quinta-feira (12), variação que já chega a 12,7% no mês.