O Rio Grande do Sul é o primeiro Estado brasileiro a aderir ao Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV). O certificado foi entregue durante a Expointer à equipe do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura (foto acima). O diretor Ricardo Felicetti falou sobre o que representa a conquista em entrevista ao Campo e Lavoura, da Rádio Gaúcha. Leia abaixo trechos da entrevista e ouça o áudio do programa deste domingo (08):
Por que a conquista desse certificado é importante?
O Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV) é um mecanismo dentro do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). O que foi reconhecido para o Rio Grande do Sul é a equivalência nas inspeções, ou seja, o Estado poderá fazer as inspeções devidas nos produtos de origem vegetal, atestando assim a qualidade e os parâmetros envolvidos na produção. O Estado poderá ampliar as ações de inspeção e monitoramento da qualidade em produção de produtos de origem vegetal e, com isso as medidas de qualidade que são geradas através desse trabalho, fortalecendo o mercado e as garantias de padrão de consumo.
Consegue dar um exemplo?
O que motivou e proporcionou essa equivalência é o trabalho na inspeção de produção de vinho e derivados da uva e do vinho que a Secretaria da Agricultura já realiza há longo tempo. Com isso, verificou-se que a Secretaria teria equivalência para fazer as inspeções com os parâmetros nacionais e internacionais exigidos e auditados e levados a cabo pelo Ministério da Agricultura. O vinho gaúcho já era inspecionado pela Secretaria da Agricultura, contudo, sob a supervisão do Ministério da Agricultura. Essa supervisão do Ministério da Agricultura permanecerá, mas hoje adquirimos a equivalência no serviço, ou seja, poderemos ampliar esse trabalho que já foi desenvolvido no vinho para outros produtos de origem vegetal, paulatinamente, conforme for interesse do setor e dos consumidores.
Isso tem algum impacto sobre o alcance das vendas dos produtos vegetais produzidos no RS?
Os produtos de origem animal restringem território, na inspeção de produtos de origem vegetal não há tanto essa restrição. Por outro lado, a adesão amplia o acesso do pequeno produtor, da indústria que está iniciando e quer ampliar mercados, tem a possibilidade desse produtor acessar o serviço com mais facilidade. Com isso ganha tanto o produtor que quer colocar seus produtos na mesa de outros Estados e até outros países, como também o consumidor nas garantias de padrões de qualidade que são estabelecidos.
Na sua avaliação, o que fez o RS ser pioneiro na obtenção dessa equivalência?
O pioneirismo foi graças ao grande trabalho desenvolvido pelos fiscais e integrantes do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura. O Ministério da Agricultura também teve um papel primordial, porque identificou o RS como potencial primeiro beneficiário, mas entendo que o principal é o setor vitivinícola do Estado, um setor robusto, muito forte, que sempre trabalhou alinhado com a fiscalização, a inspeção de produtos. Sempre buscando a qualidade. O setor vitivinífera buscou a fiscalização, a equivalência e quer cada vez mais ampliar o padrão de qualidade, demonstrar a validade, o valor do produto gaúcho, sem dúvida, foi o protagonista maior dessa conquista.