
A semana que começa é fundamental para a definição do futuro dos produtores do Estado. É que o prazo sinalizado pelo governo federal para apresentar a medida provisória (MP) com a negociação dos financiamentos de afetados por intempéries é o final do mês, o que significa, no mais tardar, esta quarta-feira.
Até porque a janela de tempo até o vencimento das parcelas prorrogadas está ficando cada vez mais curta, o que faz crescer a preocupação de agricultores e pecuaristas gaúchos, que contabilizam uma sequência de duas estiagens e a enchente deste ano. Isso ficou evidente nos dois atos organizados pelo movimento SOS Agro RS, o último deles em Rio Pardo, com cerca de 10 mil produtores, e que teve a presença do governador do Estado e a participação virtual do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
— A esperança do produtor rural continuar na sua missão é que a MP atenda às reivindicações pedidas pelos agricultores do movimento — reforça Graziele de Camargo, uma das coordenadoras do SOS Agro.
Tira-dúvidas com ministro da Reconstrução
Uma live com a participação do ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, foi organizada para a noite de ontem. Conforme Lucas Scheffer, também do SOS Agro RS, a ideia era esclarecer dúvidas de agricultores sobre esse tema. A proposta do governo traria condições diferenciadas para tratar dos financiamentos por vencer, que iriam da anistia até o alongamento do prazo, com carência para pagar. O fato é que essa resposta esperada desde maio precisa vir.
Produtores têm relatado que já começaram a ter seus nomes colocados no serviço de proteção ao crédito –
a decisão de aderir ou não à resolução que prorrogou os vencimentos até 15 de agosto é da instituição financeira. E esse é um ponto de grande preocupação, porque traz efeitos sobre a capacidade futura de acesso ao crédito.
Surgido de forma orgânica entre produtores afetados pelo clima, o movimento SOS Agro RS ganhou força e apoio das principais entidades do setor. As vozes que nele se multiplicam têm urgência na resposta.