
Produtores gaúchos preocupados com os efeitos das perdas acarretadas pela catástrofe climática fizeram do município de Cachoeira do Sul, na região central do Estado, um grande palco de reivindicação. Coordenada pelo Movimento SOS AGRO RS, a mobilização tinha entre os objetivos o de cobrar medidas urgentes de apoio. Do ato, que se estendeu o dia todo, saiu uma ata que será entregue às autoridades.
De acordo com o desfecho, um novo ato poderá ser marcado, dessa vez em Porto Alegre. O espaço do parque da Fenarroz foi tomado por mais de 5 mil agricultores, conforme os organizadores.
No local, multiplicavam-se histórias como a da produtora Luciane Agazzi, de Tapes. Ela perdeu 100% da soja cultivada para o mau tempo. A lavoura não chegou a ficar submersa, mas sucumbiu ao excesso de umidade.
— Plantamos em lugar alto, mas 12 dias de chuva sobre o grão pronto, ele vai germinar. A prorrogação é muito bem-vinda, mas não resolve. Dia 16 (de agosto) estou inadimplente, e se ficar inadimplente, não posso mais financiar. Essa é a urgência — alerta Luciane, que também é uma das organizadoras do evento.
A prorrogação dos vencimentos para 15 de agosto foi definida a partir de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), publicada em 13 de maio. A ideia era que nesse período se pudesse viabilizar uma solução efetiva para atenuar o impacto dos estragos no campo. Na relação de propostas à espera de retorno está, por exemplo, a de criação de linha de capital de giro, com prazo de 15 anos. No caso da agricultura familiar, o pedido é para que sejam anistiadas as parcelas de 2024 e que haja a securitização para os futuros financiamentos do segmento.