A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, tem participação do agronegócio gaúcho para discutir soluções que possam mitigar os efeitos do aquecimento global. Representantes da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) rumaram a Dubai na última semana para participar do encontro. Na bagagem, o presidente da entidade, Gedeão Pereira, e o vice-presidente e coordenador da comissão de meio ambiente, Domingos Velho Lopes, levaram um documento com pontos considerados centrais na discussão sobre o clima.
Lopes falou sobre as demandas brasileiras em entrevista ao programa Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha (ouça o conteúdo completo aqui). Entre elas, citou a negociação das metas globais de adaptação e do chamado inventário climático.
Para Lopes, é necessário que os dados do hemisfério sul sejam quantificados para a elaboração das metas. Números oficiais aqui coletados mostram que a atividade primária brasileira emite de 20% a 25% a menos do que está mensurado no inventário do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão internacional que reúne informações climáticas), que considera dados do hemisfério norte.
— Isso vai facilitar a nossa missão de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2030 no número e até 2050 de forma definitiva — defendeu o vice-presidente da federação.
Desde a COP26, o plano de agricultura de baixo carbono brasileiro foi preconizado como modelo internacional a ser seguido. Foi neste momento que a agricultura, a pecuária e a silvicultura passaram a ter papel complementar, não mais competitivo, na questão ambiental, reforça Lopes:
— Lá estaremos fazendo um trabalho muito forte da consolidação das atividades agropecuárias e silvícolas como parte da solução da emissão dos gases de efeito estufa e principalmente a consolidação da imagem do Brasil como agente da segurança alimentar.