A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com abertura oficial marcada para esta quinta-feira (5) em Cruz Alta, durante a 17ª Feira Nacional do Trigo, a colheita do cereal será comemorada com moderação neste ano. É que, depois da safra passada, que foi recorde, esta deve ser marcada por prejuízos em razão das fortes chuvas nos últimos meses no Estado.
Na região administrativa da Emater de Ijuí, que envolve 44 municípios, incluindo Cruz Alta, já se sabe que pelo menos 20% do potencial produtivo foi perdido pelo excesso de água na lavoura. Entre as regionais da Emater, está é a que concentra a maior área plantada no Estado, com 370 mil hectares semeados neste ano, e a tinha previsão inicial de produção era de 1,1 milhão de toneladas.
Além da produtividade, a qualidade do cereal também já foi impactada, relata o engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater de Ijuí Gilberto Bortolini:
— Nós estamos perdendo dia após dia (a qualidade) devido às chuvas, que não param. E isso pode impactar tanto na redução de peso (produção) quanto no preço pago ao produtor. Quando perde qualidade, troca de valor.
O problema, continua Bortolini, é que a chuva caiu durante o período de floração e enchimento de grãos das lavouras, quando a produtividade é definida no campo. Depois, com a continuidade da chuva, doenças como a giberela e a brusone (causadas por fungos) se proliferaram nas lavouras. E o cenário deve se repetir no resto do Estado, em maior ou menor medida.
Com presenças confirmadas do vice-governador do Estado, Gabriel Souza, e o secretário da Agricultura, Giovani Feltes, a abertura da colheita começa às 10h na Agropecuária São João. Além desse evento, a Fenatrigo reúne dezenas de outros até o próximo domingo (8), no parque de exposições de Cruz Alta.