A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de reivindicação do setor, o governo federal confirmou nesta quarta-feira (20) R$ 400 milhões para apoiar a comercialização de trigo. A medida atende ao pedido das cooperativas gaúchas e paranaenses que solicitaram, por meio de um ofício encaminhado na semana passada, ações em Brasília que garantissem ao menos o preço mínimo pago pela saca de 60 quilos do cereal aos produtores — o que não estava sendo praticado no mercado.
Em coletiva de imprensa na terça-feira (19), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, havia sinalizado uma quantia de 1,5 milhão de toneladas a serem adquiridas.
Os R$ 400 milhões serão repassados do Ministério da Agricultura para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mais detalhes da compra serão definidos em portaria que está sendo elaborada pelo governo federal, ainda sem previsão de publicação.
Na avaliação do presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, o montante não é suficiente, "mas é um começo":
— Mostra sensibilização do governo federal pela nossa pauta. Mas precisamos destravar muito mais a comercialização, porque senão o preço vai cair ainda mais.
Em pleno cultivo da safra, o trigo é uma das commodities que está com preços em queda no mercado. Atualmente, o preço médio recebido por agricultor é de R$ 52,52 por saca, enquanto os valores mínimos estabelecidos pela Conab para a safra 2023 é de R$ 87,77 a saca para o grão tipo 1, e de R$ 75,19 a saca para o tipo 2. A preocupação do setor se dá, também, pelo fato da colheita do cereal estar se aproximando.